Entre Correntes e Espadas: Ecos dos poderosos

Capítulo 13 - Determinação de Aço

O sol brilhava forte no céu do campo de treinamento, refletindo no metal das armas espalhadas e no suor dos alunos em prática. O campo era vasto, dividido em áreas designadas para combate corpo a corpo, uso de magia e duelos supervisionados. Os alunos, organizados em suas facções, estavam imersos em seus próprios exercícios.

Davi, no entanto, destacava-se. Ele corria ao redor do campo, a expressão séria e o olhar fixo à frente, como se o resto do mundo não existisse. Suas pernas doíam, os músculos já reclamavam pelo esforço, mas ele continuava. Cada passo era uma afirmação silenciosa, uma promessa a si mesmo. Havia se passado uma semana desde que Davi forjara Voraz, e também havia criado uma adaga e uma espada, mas não era apenas a forja que o consumia; era a busca por aprimoramento.

A determinação de Davi não passou despercebida. Alguns alunos trocavam olhares confusos, outros cochichavam entre si, estranhando a mudança nele. Havia algo diferente desde o último incidente. Não era mais o garoto inseguro; agora, havia uma calma firme em seus movimentos, como se ele estivesse à frente de seu próprio tempo.

Enquanto Davi completava mais uma volta, um grupo de alunos do lado oposto do campo parou para observá-lo. Um deles, de cabelos curtos e um olhar altivo, cruzou os braços e riu de maneira arrogante. Era Marco, um manipulador de vento de Rank D que sempre se gabava de suas habilidades.

— Ei, você! — Marco chamou, sua voz ecoando pelo campo.

Davi não parou de correr, mas finalmente voltou os olhos para Marco. Não havia interesse, apenas curiosidade.

— Estou falando com você, "Ferreiro"! — continuou Marco, com um sorriso de desdém nos lábios. — Por que não mostra o que sabe em um duelo?

Os outros alunos começaram a rir, incentivando a provocação. Davi, entretanto, não demonstrou nenhuma reação imediata. Ele parou sua corrida lentamente, respirou fundo e se virou na direção de Marco. Uma calma inabalável tomou conta de sua expressão.

— Se quer lutar, lutaremos — disse Davi, sua voz baixa e firme, afirmando um fato simples. Não estava buscando provar nada a ninguém, mas também não fugiria do desafio.

Marco sorriu, claramente satisfeito por sua provocação ter funcionado. Ele estalou os dedos e um pequeno redemoinho de vento começou a girar em suas mãos. — Não se preocupe, eu vou pegar leve — disse ele, desdenhando. — Afinal, você não passa de um fracassado com rank F.

Davi permaneceu calmo, suas habilidades absorvidas ao longo da semana ecoando em sua mente. Ele fechou os olhos por um momento, concentrando-se no fluxo de energia que corria por seu corpo. Marco avançou primeiro, disparando uma rajada de vento direto em direção a Davi. Ele ficou imóvel até o último segundo, desviando-se com uma agilidade surpreendente. O vento passou, levantando poeira e folhas do chão.

— Não vai ser tão fácil assim — disse Marco, irritado.

Davi respirou fundo, ajustando sua postura. Ele sabia que precisava ser paciente, observando os movimentos de Marco enquanto se preparava para o próximo ataque. Marco lançou uma série de golpes, cada um mais rápido que o anterior, utilizando seu poder de vento. Davi recuou, desviando habilmente, mas sentia a pressão aumentando. O esforço de desviar e se concentrar nas táticas estava começando a cansá-lo.

Marco, percebendo a exaustão de Davi, intensificou seu ataque. Com um movimento rápido, ele criou um redemoinho ao seu redor, disparando uma sequência de lâminas de vento em direção a Davi. O coração de Davi disparou; ele tinha que reagir. Invocando uma de suas espadas forjadas, ele se preparou para se defender.

As lâminas cortaram o ar com um assobio, e Davi balançou sua espada, dissipando algumas delas com um golpe preciso. Mas a força do vento ainda o empurrava, e ele se viu forçado a dar um passo para trás. O cansaço começava a se acumular em seus músculos, e ele precisava de um plano.

— Vai se entregar agora? — Marco provocou, rindo enquanto se preparava para o ataque final. — A luta já está perdida!

Davi sentiu a pressão aumentar, mas sua determinação só crescia. Ele tinha absorvido as habilidades de combate da espada, e era hora de utilizá-la. Com um esforço monumental, ele reuniu sua mana, sentindo a energia pulsar dentro dele.

Marco avançou com uma investida rápida, mas desta vez Davi estava pronto. Ele desviou para o lado, então, com um movimento fluido, girou e executou um golpe horizontal com sua espada, utilizando toda a força que restava. O golpe cortou o ar e atingiu Marco, que não esperava a precisão e a força de Davi. O impacto foi tão forte que Marco foi lançado para trás, caindo no chão.

O campo inteiro ficou em silêncio. Todos os olhares estavam fixos em Davi, agora ofegante, mas de pé, sua espada brilhando ao sol. Marco ficou parado, o orgulho ferido e o rosto pálido de incredulidade. Davi, por outro lado, não se permitiu relaxar. Ele tinha vencido, mas a luta havia exigido muito dele.

— Você deveria escolher suas lutas com mais cuidado — disse Davi, a voz calma, mas carregada de seriedade. Ele se virou e guardou a espada no subespaço, caminhando lentamente para o centro do campo.

Marco estava extremamente irritado e surpreso com sua derrota. Ele se levanta e avança em direção a Davi conjurando um feitiço pelas suas costas. "Tenho que matar ele aqui", Marco pensou, atirando uma lâmina de vento em direção a Davi.

Davi sente a aproximação da magia e, puxando voraz de seu subespaço, corta a lâmina de vento. Ele sente sua raiva crescendo, ele esperava algo assim de Marco por isso não abaixou sua guarda.

Davi se dirige até Marco e acerta um soco em seu rosto de cima para baixo que arremessa Marco para o chão. Davi então se põe sobre ele e acerta mais 3 socos no mesmo.

Os alunos ao redor estavam boquiabertos, sem saber o que dizer. Aquele não era o Davi de antes; algo havia mudado.

Davi então se levanta, o sangue de Marco escorrendo de suas mãos, ele sei e se dirige para seu quarto ignorando os murmúrios ao seu redor, ele continuou sua jornada. Ele tinha uma missão e não permitiria que nada, nem mesmo a humilhação pública, se interpusesse em seu caminho.