Reescrevi o capítulo 22 porque algumas leitoras estavam reclamando que a Marina estava sendo muito dramática. Eu já tinha explicado lá na nota do capítulo 7 que o sentimento de culpa faz parte da jornada dela. Sim, ela está errada, mas não é a vilã da história. Além disso, ela tem só 18 anos e, como qualquer pessoa nessa idade, ainda não tem a maturidade emocional para lidar com certas situações.
Sinceramente, não estou feliz com esse capítulo, mas espero que vocês gostem. Enfim, boa leitura :)
A noite com o Roberto tinha sido intensa de várias maneiras, mas, curiosamente, ele foi mais carinhoso do que eu imaginava. Não parecia aquele homem duro e impenetrável que todos viam. Com o corpo dele em cima do meu, senti um calor diferente, algo que misturava desejo e cuidado. Mas sabíamos que não podíamos passar a noite juntos. Rosane poderia voltar, e o risco não valia a pena. Então, ele me deu um beijo na testa antes de sair, e eu fui pro meu quarto.
No banho, a água quente ajudava a aliviar a tensão dos músculos. A sensação do toque dele ainda estava fresca na minha pele. Enquanto a água descia pelo meu corpo, eu tentava colocar as ideias no lugar. Foi algo bom? Foi. Mas também era complicado. Eu sabia que tinha cruzado uma linha perigosa, mas não conseguia me arrepender. Não completamente.
Quando me deitei, o sono veio rápido, quase como uma bênção divina. Dormi como não dormia há muito tempo, um sono pesado e profundo. Mas quando a manhã chegou, meu corpo começou a me lembrar da intensidade da noite anterior. Senti dores na região entre as minhas pernas e quadril. Nada absurdo, mas o suficiente para me fazer levantar com um pouco mais de cautela.
Levantei devagar, com aquela sensação de corpo moído. Meu quadril reclamava a cada movimento, e eu fiz uma careta ao me levantar da cama. Segui minha rotina matinal: lavei o rosto, escovei os dentes e tomei um banho rápido, mas acabei vestindo um pijama limpo e voltando pro quarto logo em seguida. O desconforto me fez preferir ficar na cama mais um pouco.
Fiquei deitada, tentando relaxar, até que ouvi a porta do quarto se abrir. Roberto entrou, fardado. A farda preta do BOPE o fazia parecer ainda mais gostoso do que o habitual. Ele era outro homem agora, distante do cara que me tocou com tanta delicadeza na noite anterior.
— Não vai tomar café? — perguntou, a voz grave mas com um toque de preocupação que ele tentava esconder.
Olhei para ele, ainda meio encostada nos travesseiros, e soltei um suspiro.
— Tô com um pouco de dor e com medo da Rosane perceber — confessei, franzindo a testa levemente.
Ele franziu o cenho, avaliando a situação.
— Ela não tá em casa, mas vou trazer pra você — disse, direto, como se fosse uma missão simples.
Antes que eu pudesse responder, ele já estava saindo do quarto. Fiquei olhando para a porta, pensando em como aquele homem era uma mistura tão estranha de força e suavidade. Ele podia ser bruto, mas também sabia ser cuidadoso quando queria.
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Conexão Obscena
Novela JuvenilQuando Marina, a cunhada de Nascimento, vem passar um tempo na casa deles para se preparar para um concurso, ele a vê apenas como uma responsabilidade extra em sua já tumultuada vida. No entanto, a proximidade diária e as conversas inesperadas revel...