Alvo Potter e a Máscara Branca

- CAPÍTULO UM - King's Cross

Os Potter, da casa aconchegante em Godric's Hollow, se orgulhavam de sua singularidade, e por boas razões. Harry Potter, conhecido por muitos como "O Menino que Sobreviveu", era agora um respeitado auror no Ministério da Magia. Sua vida, antes marcada por desafios e perigos inigualáveis, havia se transformado em um misto de aventuras cotidianas e responsabilidades familiares. Seu cabelo, ainda tão rebelde quanto em sua juventude, começava a mostrar os primeiros fios grisalhos, um lembrete das batalhas que travou e venceu.

Gina Potter, outrora Gina Weasley, era a alma vibrante e corajosa que completava essa família extraordinária. Correspondente sênior de quadribol do Profeta Diário, Gina trazia a mesma paixão e determinação que a impulsionaram como jogadora das Harpias de Holyhead. Seus artigos, sempre cheios de energia e insights sobre o jogo, eram aguardados com entusiasmo pelos leitores. Mas, acima de tudo, Gina era uma mãe dedicada, equilibrando sua carreira de sucesso com o amor incondicional por seus três filhos.

Tiago, o mais velho, herdara o carisma e a destemida curiosidade do pai. Com um sorriso travesso e uma afinidade natural para se meter em confusões, ele já era uma presença familiar nos corredores de Hogwarts. Alvo, por sua vez, tinha um espírito mais introspectivo e curioso, sempre questionando e buscando entender o mundo ao seu redor. E então havia Lílian, a caçula, uma menina de cabelos ruivos flamejantes e olhos brilhantes que não escondiam sua admiração pelos irmãos mais velhos.

Com a chegada do primeiro de setembro trouxe consigo o frescor do outono, pintando a manhã com tons dourados e revigorantes. Alvo Potter abriu os olhos, deixando-se levar pela suave claridade que invadia seu quarto. O primeiro de setembro prometia um dia especial, marcado pelo frescor do outono que já se fazia sentir. Levantou-se com um misto de ansiedade e expectativa, sabendo que hoje seria o dia em que partiria para Hogwarts, a escola de magia que mudaria sua vida para sempre.

Os primeiros raios de sol iluminavam seu rosto enquanto se preparava, vestindo as vestes de bruxo com cuidado e conferindo se tinha tudo o que precisava na mochila. Seus irmãos, Tiago e Lílian, já estavam prontos, e juntos, acompanhados pelos pais, Gina e Harry, partiriam rumo à estação King's Cross.

A família atravessava animadamente e saltitante a rua, em direção à grande estação encardida, a estação King's Cross, os pais empurrando carrinhos cheios enquanto as corujas dentro das gaiolas piavam indignadas. A menina ruiva caminhava chorosa, agarrada à mão do pai. A estação fervilhava de atividade, com passageiros indo e vindo em todas as direções. Tiago e Alvo Potter, acompanhados pela mãe, Gina, carregavam seus grandes malões enquanto Harry segurava a pequena Lílian em seus ombros, a fumaça que os carros expeliam e a respiração dos pedestres cintilavam como teias de aranha no ar frio. Eles estavam sendo empurrados por dois meninos, Tiago e Alvo Potter, sua mãe, Gina, os seguia logo atrás. Um homem de trinta e sete anos, Harry, tinha sua filha, Lílian, em seus ombros.

— Não vai demorar muito, e você também irá — disse-lhe Harry para a pequena Lílian.

— Dois anos — fungou Lílian. — Quero ir agora!

Os passageiros olharam curiosos para as corujas quando a família se encaminhou em ziguezague para a barreira entre as plataformas nove e dez. A voz de Alvo chegou aos ouvidos de Harry apesar do barulho reinante; seus dois filhos tinham retomado a discussão começada no carro.

— Não quero ir! Não quero ir para Sonserina!

— Tiago, dá um tempo! — pediu Gina.

— Eu só disse que ele talvez fosse — defendeu-se Tiago, rindo do irmão mais novo. — Não vejo problema nisso. Ele talvez vá para Sonse...

Tiago, porém, viu o olhar da mãe e se calou. Os cinco Potter se aproximaram da barreira. Lançando ao irmão um olhar ligeiramente arrogante por cima do ombro, Tiago apanhou o carrinho que a mãe levava e saiu correndo. Um instante depois tinha desaparecido.