Capítulo 1 - Caro e gentil leitor

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Sempre vejam as tags!
T.W.: Tortura, crise de ansiedade, menção a abuso, menção a assassinatos!

Sua cabeça girava e ele sentia-se pesado, cansado.

Tentando se esticar ele percebeu que seus braços e suas pernas estavam presas em algo, e ele estava sentado. Com pesar seus olhos se abriram dolorosamente tentando adaptar-se a pouca luz que aquele local oferecia, aos poucos o embaço de sua visão se foi e a imagem ficou clara.

Era um quarto pequeno, parecia estar abandonado a bastante tempo e cheirava a podre e a mofo, seu nariz se torceu automaticamente, não estando acostumado com esses cheiros normalmente em seu dia a dia.

A porta de madeira deixava escapar várias frestas de luz do lado de fora, tinha uma cama velha num canto, o colchão variava das cores pretas a amarelo em várias partes, a cabeceira de ferro totalmente enferrujada e caindo aos pedaços.

Uma lâmpada balançava suavemente por cima de sua cabeça, como se tivesse sido ligada a alguns momentos e ele estava amarrado grosseiramente numa cadeira que parecia querer desabar em algum momento.

Sua cabeça ainda girava, só que menos que antes, ela latejava com força como se algo tivesse lhe atingido com força e ele sentiu pingar de sua boca algo, a ferrugem lhe fez identificar que era sangue.

"Boa noite, Sr. Hastings." Uma voz feminina soou atrás de sua cabeça, mas ele não conseguia reconhece-la. "Opa, perdão, Duque de Hastings, vossa Graça."

A mão da pessoa empurrou sua cabeça para frente e uma risada debochada soou, ela estava se divertindo.

"Onde estou?" Ele rebateu sentindo sua irritação crescer dentro de si e esperou a mulher se direcionar para sua frente. "Eu exijo saber onde estou."

Para sua surpresa a pessoa não era desconhecida e sim alguém que ele tinha visto algumas vezes durante seu trabalho, não se lembrava do nome dela, afinal, ela não era importante.

"Eu já vi você." Sua voz saiu baixa e a mulher lhe lançou um sorriso, ela vestia uma capa preta sobre o corpo e as mãos estavam escondidas. "Na minha empresa! Que brincadeira é esta? Exijo que me deixe sair daqui."

"O senhor exige, exige, exige." Ela debochou se aproximando e passou a mão coberta por uma luva branca pelo canto de seus lábios. "Mas sabe o que eu percebi, com você amarrado assim?"

Ela aproximou o rosto do dele calmamente e claramente seu corpo se arrepiou de medo, ele sentia que ela era perigosa, mesmo seu rosto sendo agradável e dócil.

"Vossa graça, não tem poder algum." Ela riu se afastando e a mão de perto dele que continha um pouco de sangue. Ele engoliu em seco quando ela colocou o dedo cheio de sangue na boca fazendo uma careta em seguida. "Até seu sangue é nojento."

"O que você quer?" Sua voz exigia, mas o medo dentro de si crescia, porém nunca que ele demonstraria medo na frente daquela criatura petulante. "É dinheiro? Eu tenho bastante, posso fazer com que você viva o resto da vida sem se preocupar com nada."

A risada dela soou cheio de escárnio e por alguns segundos ele se permitiu ter, mesmo que um pouco de esperança. Mas o sorriso felino que ela lhe lançou fez seu corpo gelar.

"Nenhum dinheiro seu será suficiente para pagar qualquer um de seus crimes." A mulher afirmou se ajoelhando na frente dele, revelando uma faca que parecia estar escondida em sua capa. "Sim, vossa graça, nós sabemos todos os seus crimes."

Ele engoliu em seco, o medo começou a tomar conta dele e finalmente conseguiu transparecer para fora. Onde estava seu maldito segurança quando se precisava desse imprestável? A polícia já deveria estar lhe procurando naquele momento, nada aconteceria com ele.

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