Love Next Door

Único

Pedro voltava para seu apartamento depois de mais um dia de trabalho, ele o odiava com todas as forças e o único motivo de não pedir demissão era que aquele lugar insalubre que pagava suas contas e seu aluguel até que ele terminasse a faculdade e mandasse tudo para os ares.

Ao chegar em seu prédio, deu boa noite ao porteiro e seguiu aos elevadores, esperou por uns minutos e logo o transporte estava ali prateado e brilhante a sua frente. As portas apitaram para fechar quando ao longe Pedro ouviu uma voz pedindo que esperasse, ele colocou seu pé para impedir o elevador de sair e logo a dona do pedido estava junto dele, era sua vizinha.

- Oi Pedro.

- Oi Lilá - o mais alto disse baixinho com as bochechas ficando vermelhas automaticamente.

Assim que se mudou, Lilá quem o ajudou a organizar as coisas em casa, ela era a mais solicita e com certeza a vizinha mais bonita que ele tinha, não demorou muito para que se visse apaixonado por ela, mas nunca teve coragem de falar, se sentiu um idiota quando a viu com seu novo namorado e após isso reprimiu todos os seus sentimentos por ela, mas sempre que a via imaginava como seria se ele tivesse coragem de contar sobre seus sentimentos.

- Como foi o trabalho hoje? Você parece meio cabisbaixo.

- Foi o de sempre - suspirou derrotado - estresse atrás de estresse, eu estou dizendo, qualquer dia desses eu vou explodir.

- Você precisa relaxar um pouco - Lilá levou as mãos até os cabelos de Pedro fazendo um carinho ali - não pode deixar eles vencerem, pensa assim, falta pouco para você se formar, então logo vai poder chutar o balde e ir embora.

- Você tem razão.

Pedro ficou ali aproveitando o carinho, sentia seu corpo todo ceder quando ela o tocava, mesmo que brigasse internamente consigo para não deixar nenhum sentimento transparecer, ele sabia que sua mente brigava sozinha, pois seu corpo era dela, ela só não sabia. O fato de estar estressado, carente e pensamentos nada castos passarem em sua mente não demorou muito para sentir suas calças começarem a apertar pela ereção que dava sinais de vida, quando se deu conta entrou em desespero, abriu os olhos depressa e se desvencilhou do toque, antes que Lilá perguntasse o que houve as portas do elevador se abriram e Pedro correu até seu apartamento depois de um tchau sussurrado.

Pedro fechou a porta atrás de si e ficou pendurado no olho mágico esperando Lilá passar, só então seguindo com sua vida. Bobo.

Enquanto Pedro fazia suas coisas da faculdade ficava pensando se não era a hora de contar para Lilá sobre os seus sentimentos, quer dizer ele observava ela, não como um stalker e sim como um apaixonado, havia notado que já tinha algumas semanas que o namorado dela não aparecia no prédio, ele podia estar em viagem? Claro, mas existia uma chance dela ter terminado e mesmo que o caminho não estivesse completamente livre para ele, contar sobre o que sentia não mudaria as coisas, a menos que ela passasse a evitá-lo e tratá-lo com frieza, só de pensar nisso seu corpo gelava, mas tinha que tomar uma decisão, ficar em cima do muro não estava fazendo bem para si.

Alguns bons dias se passaram até que Pedro e Lilá se encontrassem novamente em uma noite onde Pedro subia as escadas praguejando pela manutenção do elevador, encontrou Lilá descansando nos degraus entre os andares.

- Oi Lilá.

- Oi Pedro, como vai?

- Bem, um pouco exausto por conta das escadas, mas tudo bem.

- Sem estresses?

- Eu estou de férias - o mais alto sorriu - pelos próximos trinta dias, nada que acontecerá lá será problema meu.