O inicio do caos

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Lena Luthor estava no meio de uma reunião na L-Corp quando seu telefone vibrou discretamente em seu bolso. Era uma mensagem de Kara. Sem se deixar distrair, Lena manteve os olhos fixos nos gráficos projetados na tela à sua frente enquanto seus colegas discutiam detalhes técnicos que ela já tinha analisado minuciosamente na noite anterior.

"Temos um problema." A mensagem de Kara era simples, mas o suficiente para fazer o estômago de Lena se revirar. Quando Supergirl dizia que havia um problema, raramente era algo pequeno.

Lena rapidamente digitou uma resposta.
— Lena: O que aconteceu?
— Kara: Mxyzptlk está de volta. Ele apareceu no centro da cidade.

Lena suspirou. Mxyzptlk era sempre problemático. Seu poder de manipular a realidade tornava-o um adversário formidável, mesmo para Supergirl. E, claro, ele sempre achava uma maneira de tornar tudo mais… irritante.

— Lena: Vou te encontrar lá. Tenha cuidado.
— Kara: Sempre tenho. ;)

Lena fechou o telefone, mantendoǰ a compostura, mas já pensando em desculpas para encurtar a reunião. Felizmente, seu assistente entrou na sala com uma pilha de documentos, oferecendo a distração perfeita.

— "Peço desculpas, mas preciso lidar com um assunto urgente," disse Lena, levantando-se com um sorriso profissional. "Continuem sem mim."

Ela saiu apressadamente, sentindo a familiar adrenalina percorrer suas veias. Encontrar Kara no campo de batalha tinha se tornado quase rotineiro para ela, mas algo sobre Mxyzptlk sempre a deixava em alerta. Ele não era um vilão comum; ele se divertia com o caos que criava, e isso o tornava imprevisível.

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Do outro lado da cidade, Kara Danvers, ou melhor, Supergirl, pairava acima do centro de National City, observando Mxyzptlk, que flutuava em uma bolha de energia roxa, rindo como se estivesse em um parque de diversões.

— "Kara Zor-El!" ele exclamou, com um sorriso travesso. "Estava com saudades, minha querida! Pronta para mais um jogo?"

— "O que você quer dessa vez, Mxyzptlk?" Kara gritou de volta, já sabendo que ele tinha algo ridículo planejado. "Por que você sempre volta aqui?"

— "Ah, querida, não é óbvio? Eu adoro brincar com vocês terráqueos! E você é a minha preferida!" Ele estalou os dedos, e, de repente, o tempo ao redor deles congelou. Os carros, as pessoas, até mesmo o vento, tudo parou.

Kara franziu a testa, já se preparando para qualquer coisa que viesse.

— "Mas dessa vez, vamos fazer algo diferente," Mxyzptlk disse, com os olhos brilhando de malícia. "Estou cansado das mesmas velhas batalhas. Vamos jogar um jogo mais… honesto!"

Com outro estalar de dedos, um feixe de luz roxa atingiu Kara e, ao longe, Lena, que estava dirigindo rapidamente em direção ao local.

— "Por 24 horas, vocês duas só poderão dizer a verdade!" Mxyzptlk riu alto. "Imaginem só! Nenhum segredinho, nenhuma mentira! Apenas a pura e crua verdade! Vai ser hilário!"

Kara tentou se mover, mas sentiu uma estranha sensação de formigamento percorrendo seu corpo. Quando o tempo ao redor voltou ao normal, Mxyzptlk já tinha desaparecido, deixando para trás apenas a promessa de caos.

Kara pousou suavemente no chão, seu coração batendo acelerado. Ela precisava encontrar Lena e explicar o que tinha acontecido — antes que a situação saísse de controle.

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Enquanto isso, Lena, sem saber do feitiço que acabara de ser lançado, sentiu um leve arrepio subir por sua espinha ao estacionar o carro. Ao descer, avistou Kara já no local, com aquela expressão de alerta que ela conhecia bem.

— "O que ele fez dessa vez?" Lena perguntou, caminhando rapidamente até Kara.

Kara respirou fundo. Ela abriu a boca para explicar, mas as palavras saíram sem filtro:
— "Ele lançou um feitiço que nos força a dizer a verdade por 24 horas. E eu estou preocupada porque isso pode nos meter em situações constrangedoras. Além disso, eu fico nervosa perto de você porque eu gosto de você de uma forma que vai além da amizade."

Lena parou imediatamente, surpresa com a confissão súbita. Seu coração disparou, e sua mente tentou processar o que Kara tinha acabado de dizer.

— "Espere... o quê?" Lena murmurou, sem saber como reagir.

Kara arregalou os olhos, sua mão indo instintivamente para a boca. "Oh não... o feitiço já começou."

Lena piscou novamente, processando o que acabara de ouvir. "Você... está dizendo que...?"

— "Sim," Kara interrompeu, incapaz de parar. "Eu tenho sentimentos por você. Há um tempo. Mas eu nunca disse nada porque... eu não sabia como você se sentia e não queria estragar nossa amizade ou o trabalho, e—"

— "Kara," Lena cortou, levantando a mão. "Eu... estou em choque. Isso é... muita informação de uma vez."

Kara suspirou, envergonhada e frustrada. — "Eu sei. E o pior é que não posso esconder nada agora, então provavelmente vou acabar dizendo ainda mais coisas que vão me envergonhar."

Lena olhou para ela, ainda processando. Mas ao invés de se afastar, Lena soltou uma risada curta e nervosa.

— "Isso... isso é absurdo," disse Lena, mais para si mesma. "Estamos no meio de um ataque de um vilão da 5ª dimensão, e agora somos forçadas a sermos absolutamente sinceras?"

Kara balançou a cabeça, com um sorriso de desespero. — "Sim. E agora tudo o que eu quero fazer é parar Mxyzptlk antes que eu diga algo ainda mais embaraçoso."

Lena olhou para Kara com uma mistura de surpresa, afeto e confusão. A confissão de Kara estava pairando entre elas, mas havia algo quase surreal na situação. Lena sabia que precisava focar no que importava agora — e depois lidar com o peso daquela verdade.

— "Ok," disse Lena, assumindo o controle da situação. "Primeiro, vamos encontrar Mxyzptlk e quebrar esse feitiço. Depois... a gente fala sobre isso."

Kara assentiu, agradecida, mas incapaz de esconder o leve rubor em seu rosto. — "Concordo. Mas eu realmente estou preocupada com o que mais posso dizer. Estou nervosa perto de você o tempo todo, e agora, com esse feitiço..."

— "Kara!" Lena interrompeu novamente, rindo. "Vamos nos concentrar, certo? Temos 24 horas antes que isso piore."

As duas começaram a caminhar juntas, com uma nova tensão entre elas — uma mistura de alívio, nervosismo e, acima de tudo, verdades que finalmente começavam a surgir.

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