Enriquecendo o Morro

Capítulo 28

- Ela veio falar comigo, pediu pra eu falar com você e tentar te convencer a deixar ela se reaproximar do Théo - disse indiferente, mesmo vendo ele bufando de ódio.

- Ela só pode estar querendo morrer, e ela acha que você vai me fazer mudar de ideia ?! - ele disse rindo com desdém.

- Primeiro que eu não sei porque você está debochando de mim, segundo que ela disse que eu sou a única que não fico intimidada com sua postura, e ela parecia bem determinada em conseguir o Théo - disse já ficando puta com a forma que ele falou sobre mim.

- Não é sobre você porra, é disso que eu tô falando quando digo que você não me respeitar vai dar margem pra vagabundo vim me tirar de besta - ele já estava alterado - E ela que tente chegar perto do meu filho pra ela ver se eu não acabo com ela de novo - ele falou olhando no fundo dos meus olhos.

- Eu quero que se foda, isso não é problema meu, vocês que se resolvam, mas eu não quero que isso afete minha relação com o Théo e nem que ele sofra no meio disso - falei cortando a onda do Filipe porque estava sobrando pra mim - Você não viu o jeito que ele ficou quando ela foi embora ? Eu não quero ver ele sofrer assim toda vez que ela aparecer e depois for embora Filipe - disse tentando segurar o choro, mas uma lágrima solitária escapou.

- Fica tranquila, ela não vai mais se aproximar porra nenhuma e você não vai ter que ver o Théo triste, ele tem eu, você, a Giulia e a rapaziada toda que é nossa família, não precisa daquela piranha - ele disse secando a lágrima que caiu - Agora vamos dormir que eu tô cansadão - ele disse me dando um selinho e nos ajeitamos na cama.

Logo o Ret caiu no sono me abraçando firme e eu fiquei pensando sobre o que aconteceu, eu não sabia que estava tão envolvida emocionalmente com esses dois até ver a Anna por perto e a forma como os dois ficaram com a presença dela.

Acordei no dia seguinte e fiquei um tempo pensando sobre a noite anterior, quando senti Filipe se mexer na cama voltei pra realidade e levantei da cama.

- Vai aonde tão cedo ? - Ret perguntou com a voz rouca de sono, me assustando.

- Vou tomar um banho e vou descer - disse entrando no banho sem dar tempo dele responder.

Tomei um banho rápido, senti uma tontura quando estava fazendo skin care, mas deve ser ressaca ou fome, ontem eu mal comi preocupada com as coisas.

Sai do banheiro, Ret tinha voltado a dormir, desci e encontrei a Dalva arrumando a pouca bagunça na cozinha e tinha uma equipe de limpeza no restante da casa limpando a sujeira de ontem.

- Bom dia dona Dalva - cheguei de mansinho assustando a mais velha e dando um beijo em sua bochecha.

- Menina quer me matar de susto ? - ela disse com a mão no peito pelo susto.

- Jamais meu amor, mas eu posso saber o que está fazendo na cozinha se tem uma equipe de limpeza na casa ? - perguntei com as mãos apoiadas na cintura fingindo estar brava.

- Eu só estava guardando umas coisinhas - ela disse desconversando.

- Sei, se eu bem te conheço, a senhora enxotou as pessoas da cozinha e você mesma limpou e arrumou tudo - disse analisando ela enquanto falava.

- Aí filha, você sabe que essas louças não ficariam brilhando do jeito que eu sempre deixo - ela disse se entregando.

- Você não se aguenta né - disse rindo e fui pegar leite na geladeira - Ué Dalva cadê o leite, o requeijão e a geleia que o Théozinho gosta ? - disse procurando sem sucesso.

- Aí minha filha com a correria de ontem e agora de manhã, acabei esquecendo de ir ao mercado, alguns coisas acabaram e preciso fazer compras - ela disse aflita.

- Calma mulher, eu estou livre, vou ao mercado com você, só vou avisar o Ret pra ele ficar de olho no Théo e nós vamos, marca um 10 - disse e saí correndo pro andar de cima.

- Filipe, ei acorda - ele se mexeu mais não acordou - Ret acorda, ei dorminhoco - nada dele acordar e eu já estava me irritando porque se fosse a porra do radinho ele já teria pulado da cama - RET PORRAAA, ESTÃO INVANDANDO, ACORDAAA - gritei desesperada e ele deu um pulo da cama.

- O que, cadê meu rádio porra, pega o Théo - fiquei parada olhando ele todo acelerado, tentando achar o rádio, pegar a arma e vestir uma roupa, tudo ao mesmo tempo - Que foi porra, tá parada aí por que vai pegar o Théo - ele continua sem saber o que fazer primeiro.

- Não tem invasão nenhuma Filipe - disse séria de braço cruzado olhando pra ele enquanto ele sentou incrédulo olhando pra mim.

- Você tá louca porra, então porque me acordou assim - ele disse largando tudo na mesa de cabeceira.

- Estou tentando te acordar faz tempo e nada, era só pra avisar que vou no mercado com a Dalva, fica de olho no Théo - disse e dei um selinho nele saindo.

- Eu ainda te mato Thalita - escutei ele dizer antes de fechar a porta.

POV RET

Théo entrou no meu quarto pulando e gritando, fazendo a maior festa pra me acordar e eu amo essa criança ao ponto de não me incomodar em ser acordado dessa maneira por ele.

- Bom dia Filhão - disse pegando ele e dando um beijo na sua cabeça.

- Bom dia papai, quero desenho e suquilos - ele disse voltando a pular na cama.

- Tá bom campeão, vamos nessa - disse pegando ele no colo e saindo do quarto.

Desci as escadas e deixei o Théo na sala assistindo desenho e fui até a cozinha procurar o sucrilhos para dar a ele, achei o sucrilhos mas não estava encontrando o leite, quando de repente escutei a porta ser aberta rápido demais e corri pra sala, mas era só a Dalva com o Cabeça.

- Estão malucos porra, achei que estavam invadindo a casa - disse respirando fundo pra acalmar.

- A menina, senhor - a Dalva falou desesperada.

- Que menina, se acalma, do que está falando? - não entendi nada.

- Patrão, levaram a Thalita - o Cabeça disse me alarmando.

Espero que estejam gostando de acompanhar.

Votem e comentem pra eu saber o que estão achando e já sabem o próximo será postado conforme a interação de vocês ;)

Fiquem com Deus, beijos e um abraço, até o próximo capítulo!