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Ponto de Vista de Asa:

O sol da manhã penetrava as janelas de vidro da YG Entertainment, lançando feixes brilhantes sobre o chão de mármore impecável. O prédio, imponente e ultramoderno, representava tudo o que meu pai construiu ao longo de décadas – fama, poder e controle sobre o mundo do entretenimento. Eu não conseguia evitar a ironia de estar aqui, atuando nas sombras e carregando um fardo tão pesado, enquanto o mundo me via como apenas “Asa”, filha do magnata do K-pop.

A sala de reuniões era ampla, com uma longa mesa de madeira preta e cadeiras de couro. Vários executivos já estavam sentados, incluindo meu pai, Yoon Seok. Ele estava em seu habitual modo de comando, com uma expressão imperturbável e calculista. Eu me sentei a seu lado, tentando parecer desinteressada, como se minha mente estivesse focada nas questões empresariais e não na bagunça que havia se tornado a minha vida como Nyx nas últimas 24 horas.

— Asa, — meu pai chamou, puxando-me de meus pensamentos. — Quero que monitore a agenda dos grupos, especialmente o BabyMonster. Elas têm sido alvo de muita atenção desde aquele incidente ontem à noite. Não quero surpresas.

Balancei a cabeça, tentando manter a calma. — Claro, pai. Farei isso.

Peguei o tablet que estava na mesa e comecei a navegar pelos relatórios da agenda. BabyMonster tinha uma série de compromissos ao longo da semana – ensaios, filmagens de comerciais, aparições em programas de variedades. Todas atividades normais para idols. Contudo, a sombra do ataque de ontem ainda pairava sobre elas, e não só sobre elas… sobre mim também.

Eu tinha sido Nyx por um bom tempo, mas nunca fui exposta assim antes. A mídia estava fervendo com teorias sobre quem eu era e por que agia como agia. Alguns me chamavam de heroína, mas outros... outros estavam começando a levantar questões perigosas.

Foi quando meu pai voltou a falar, seus olhos escurecendo com irritação.

— Toda essa história da tal Nyx... — ele começou, com a voz grave. — Está causando muitos problemas. A mídia está falando dela como se fosse alguma espécie de salvadora. Salvadora de quem? Aquilo tudo pode muito bem ter sido um esquema. Ela aparece do nada, salva as meninas do BabyMonster de um ataque que ninguém viu vindo, e agora está nos holofotes como uma maldita heroína.

Minha respiração ficou presa no peito, mas eu mantive meu olhar fixo no tablet, como se estivesse realmente concentrada na programação. Eu não podia mostrar que as palavras dele me afetavam. Porque não era só Nyx que ele estava criticando... era eu. Mesmo que ele não soubesse disso.

— E eu já vi esse tipo de coisa antes, — continuou ele, a voz cada vez mais fria. — Pessoas tentando manipular a opinião pública, criando crises para parecerem as salvadoras depois. Não me surpreenderia se essa Nyx estivesse envolvida com o ataque. Quer ser a protagonista dessa história? Pois bem, ela terá que lidar com as consequências.

Minha mão apertou o tablet com força, mas eu mantive o rosto impassível. Meus olhos continuavam deslizando pela tela como se suas palavras fossem meras informações rotineiras e não flechas diretas ao meu coração.

— Claro, pai. Vou garantir que a segurança ao redor do BabyMonster seja redobrada. Não podemos correr mais riscos, — respondi, tentando manter minha voz calma e controlada, sem um indício da tempestade interna que eu estava sentindo.

— Isso é o mínimo que espero de você, — disse ele, seco.

O silêncio voltou a dominar a sala por alguns minutos. Meu pai continuava a revisar relatórios de desempenho da empresa, enquanto os outros executivos faziam pequenas observações aqui e ali. E eu continuava a fingir que estava tudo bem, que não estava absorvendo cada palavra cruel sobre Nyx. Sobre mim.

Whispers of Reality │RORASA.Onde histórias criam vida. Descubra agora