Eles rastejam para dentro da portinha e engatinham pelo caminho que estranhamente fazia uma espiral para cima. Quanto mais eles avançavam, mais caminho parecia conforme.
- Olha só onde você enfia a gente Alice... - Lily resmunga com a voz ofegando.
- Você preferia ter ficado com aquele frango? - Alice responde em um tom irritado, mas antes mesmo que Lily pudesse retrucar a irmã Johnny fala:
- Vocês poderiam não brigar?... Por favor - Johnny fala parando de se arrastar e olhando para as duas irmãs.
As duas se entreolham e concordam com a cabeça e voltam a andar, era um caminho longo e demorado, porém, em determinado momento pôde ser visto um alçapão de madeira no teto ao fim do túnel, o ruivo, como estava na frente, ficou sobre os joelhos e empurrou o alçapão que abriu facilmente assim ele se levanta abrindo totalmente o alçapão e ajudando as gêmeas a saírem também.
O lugar onde eles saíram parecia um sótão de qualquer casa americana convencional, havia várias caixas e coisas esquecidas, também o lugar era empoeirado em tudo, qualquer pessoa alérgica já estaria espirrando loucamente por esse espaço.
Quando os três saíram finalmente do túnel e entraram na sala eles escutaram alguns barulhos vindos do chão, eram passos de alguém desesperado, como se estivesse apertado para ir ao banheiro, junto aos passos tinha barulhos de coisas se arrastando e vários baques surdos, fora os barulhos de papéis sendo foleados e jogados.
- Tem alguém aqui em baixo... - Alice fala com um tom de voz baixo olhando para outra pequena porta no chão que estava aberta.
- Você jura? - Lily fala em um tom irônico e baixo olhando para Alice que não a responde, só a olha com um rosto monótono.
Eles caminham pelas caixas e se aproximam de outro alçapão do outro lado da sala, conforme eles andavam eles escutavam uma voz que dizia desesperada a si mesma "oh céus" repetidamente, era uma voz masculina e rouca, Alice se abaixo e abre o alçapão com cuidado o que faz uma luz amarelada iluminar um pouco do quarto escuro o que faz Alice fechar levemente os olhos pela claridade repentina.
Assim que seus olhos se acostumam (o que não demora muito) ela coloca sua cabeça no alçapão e olhando para a sala a baixo de cabeça para baixo, logo ela avista um homem de cabelos negros e longos desgrenhados, assim que ele vai se virar segurando alguns papéis Alice vê que é Rubens logo ela tira a cabeça de lá e se vira para os amigos.
- É o Rubens - Alice diz sussurrando.
- A gente está no sótão da torre, então - Johnny conclui - mas ele não está totalmente louco?
- Não, ele parece relativamente normal.
- Mas e se ele estiver fingindo e souber que a gente está aqui? - Lily entra na conversa também sussurrando.
- Não viaja Lilyth, ele é humano, não é como as criaturas que andamos vendo.
- Ele é humano até onde a gente sabe, Alice.
- Se ele não fosse humano, acha que ficaria tão preocupado com o rei como ele demonstrou nos diários?
- Ele podia estar fingindo.
- Ah para, eles estão presos em 1500, não existe fake news nessa época.
- Claro que existe Alice!
- Olha sem querer atrapalhar a conversa... - diz uma voz nova pelo alçapão, logo a cabeça de Rubens aparece no sótão e os três pulam para trás quase gritando de susto - não queria assustá-los, mas se puderem descer e me ajudar.
- Como você sabia que a gente estava aqui?... - diz Johnny com a voz trêmula tão pálido quanto um fantasma.
- Vocês não são nada discretos, sejamos sinceros.
Os jovens se entreolham enquanto um silêncio predomina o local antes de Carfa o quebrar novamente.
- Vocês por acaso não saberiam onde estão meus diários?
- Na mansão... - Alice diz confusa com a situação.
- Ainda? Graças a deus... Tudo bem, desçam aqui, conversar assim é muito ruim - assim ele desce e o grupo se entreolha novamente antes de descerem devagar e com cuidado.
Eles descem e o alto da torre mudou totalmente sua energia, agora está mais limpo e organizado, a não ser pelos papéis ainda espalhados.
- Hum... Rubens... - Alice fala timidamente.
- Sim - ele para de supetão e olha para ela.
- Você... - Lily corta Alice antes de ela terminar.
- Você é humano?
- Lily!
- Sim... não... Relativamente - ele fala olhando para uns papéis em seguida.
- Como assim relativamente? - pergunta Alice se aproximando de Rubens.
- Bem, é complicado, sim, por que ainda sou de carne e osso, penso e não voo, não por que... em que ano estamos?
- 2024 - Lily responde indo para trás de Alice.
- Não, por que devo ter por volta dos 100 anos agora, e relativamente por que conforme as minhas pesquisas há uma força estranha em Sinfona que todos que pisam aqui estão destinados a serem alguma criatura em um futuro ou terão uma morte trágica
- Como é a história?
- Sim, aparentemente é uma maldição aos visitantes, a ilha não quer estrangeiros aqui, mas não é exato, pelo fato de que eu mesmo não sou daqui e minha tripulação também não, nossa, caramba, parece que perdi minha capacidade de explicar - ele fala observando alguns frascos e papéis zombando de si, logo Lily puxa Alice e Johnny para uma rodinha e sussurra.
- Vocês estão acreditando nisso aí?
- Ele não parece estar mentindo, Lily.
- Ele é maluco! Doido de pedra! Lelé! Com um parafuso a menos.
- Eu já entendi, Lilyth pode parar.
- Ele está certo garotas - Johnny diz - estrangeiros não ficam aqui por mais de cinco dias mesmo que tenham alguns, e se for algum tipo de energia ou criatura que meio que escolhe quais criaturas ela quer que fique?
- Exato, cabelo de fogo - Rubens fala por cima, o que novamente assusta o grupo - vocês realmente não sabem cochichar entre vocês.
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Alvório
FantasyA família Walter tem a oportunidade de ir a uma ilha turística visitar um antigo Reino ainda governado pela monarquia absolutista lá as gêmeas Alice e Lilyth Walter descobrem que o rei é um assassino cruel e junto a seus amigos vão desmascarar o san...