Capítulo 20 - A última noite

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Sasuke

O calor do corpo de Sakura deveria ser o motivo para que eu dormisse logo, ainda mais depois de foder sem fazer barulho, no intuito de não sermos atrapalhados pelo casal de puritanos na sala.

Depois Sakura me contou o motivo de ter levado um tapa na cara, e sinceramente não esperava menos dessa Sereia Rebelde, não aceitaria que ela fosse desrespeitada por Izumi de jeito nenhum, porém a postura enquanto eu não estivesse teria que partir de Sakura, que não decepciona quando o quesito é atuação. A vida lhe ensinou, de uma forma dolorosa, a não ser saco de pancada de pessoas que imaginam que são deuses, apenas porque se casaram bem, ou tem a porra de um anel de Liderança de uma facção criminosa.

Senti orgulho quando Izumi foi obrigada a se desculpar, afinal minha cunhada é uma maldita garota mimada, nascida em berço de ouro, destinada ao meu irmão desde os dez anos de idade. Essa visão de um dia ser a Primeira Dama lhe deixou cega, o poder cega e corrompe, mas não é o suficiente quando se trata de vivência, de experiência. Ainda mais quando se está com a corda no pescoço.

Sakura ressoa ao meu lado, seus longos cabelos rosados espalhados, a mão macia apoiada em meu peitoral, quase agarrada a mim, a visão da mulher frágil que ela não demonstra quando alguém lhe ameaça ou diminui. Mas que ela revela a mim em momentos como esse, de vulnerabilidade.

E por falar nisso, me lembro do motivo pelo qual eu não consigo dormir.

Não confio no meu irmão. Por isso estou alerta, se ele pensa que irá me pegar desprevenido está muito enganado. Guardei todas as armas em meu quarto, travei o porão, para que ele não tenha acesso ao meu abrigo seguro e estou acordado.

Não confio nele, nem mesmo sei se um dia irei confiar, mas o maldito é meu irmão. Por enquanto não vou matá-lo. No fundo eu conto com a possibilidade de voltarmos a ser como antes, mas eu duvido muito.

Em nossa conversa no deck, ele me pediu desculpas, dizendo que não fez por mal, um papo ridículo e meloso sobre ser pai e descobrir que ele precisa ter a família por perto. Mas isso não é o que me prendeu nessa conversa, a questão foi o fato de Kakashi ter feito exatamente o contrário do que mandei fazer, foi ele ter roubado o lugar de Itachi, de ter traído a organização, mesmo com todos os avisos que dei a ele, mesmo sob a minha ameaça de morte.

E tem também Tobirama Senju, esse eu quero matar usando minhas próprias mãos, pois além de ter planejado junto do Hatake nossa queda, ele é o único que pode me dar o paradeira de Dan Senju, ao qual eu vou transformar as bolas dele em um presente de natal para Sakura, Dan vai preferir mil vezes ter morrido quando era só um moleque, do que ter tocado na inocência de Sakura, em seu momento de fragilidade.

— Sasuke… — A voz de Itachi sussurrou do outro lado. Levanto alarmado, tentando não despertar Sakura, mas ela resmunga com os olhos fechados.

— Volte a dormir, está tudo bem, eu já volto. — A convenço de que dormir é o melhor nesse momento.

Abro uma fresta na porta, Itachi também não consegue dormir, as olheiras em seu rosto estão maiores, e o mau humor é palpável.

— Naruto enviou uma mensagem. — Ergue o smartphone. Aperto meus olhos sem acreditar que esse miserável viajou por quilômetros para se proteger, ficar bem longe de quem o quer morto, mas manteve a internet no celular.

— Seu filho de uma puta! Por que você não me disse que estava com essa porra!? — Escancaro a porta e me aproximo dele, tentando não atirar nele agora mesmo.

— Como eu vou me comunicar!? — a burrice do meu irmão chega a ser cômica, se a minha segurança e a de Sakura não estivessem em jogo.

— Seu imbecil! Eu tenho meus meios de falar com outras pessoas, você deveria ter se livrado dessa merda em Chicago.

Mermaid- A sereia e o mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora