Capítulo 17

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Alana Vásquez

Eu sou tão inteligente, dirijo uma grande empresa, sei falar algumas línguas, como pude ter uma atitude tão burra. Podia ter ido para a casa da minha mãe, de Melissa ou até para o apartamento Martín, mas decidi ir para minha casa.

Eu acredito ser esta afronta dentro de mim, a vontade de ser melhor do que João Carlos, tentar o humilhar de alguma forma.

O que sei que retornei para nossa casa. Primeiro ajudei a colocar o meu loirinho na cama, seguido ao quarto da mais velha.

— Perdão, mamãe, por atrasar a tua decisão, achei que fazia o melhor a nossa família.

— Não tenho nada para perdoar, esquece esta fase ruim. — expliquei beijando a testa. — Espero que esteja tudo bem ao saber que vamos morar todos juntos.

— Está sim! Posso dividir o quarto com a Luna?

A pergunta me surpreendeu de maneira boa, Julie sempre foi um pouco individualista.

— Depende da pequeña!

Saí dali indo, fui direto para meu escritório, a ansiedade do meu, melhor nosso futuro. Ao lado do meu latino, eu e as crianças vamos aprender a viver em conjunto.

O cômodo foi invadido pelo homem que estragou grande parte da minha vida.

— Eu acho muito bom, desisti dessa maldita ideia...

Ele gritava e respondi no mesmo tom.

— Acabou... Não tem mais nada que pode fazer para adiar minha decisão.

— Será?— O olhar demonstrando raiva.— Nem se eu matasse Julie e Alisson e de bônus aquela latinazinha. Será que o galã de Rebelde vai querer ficar contigo, depois da desgraça que acontecerá por tua causa.

As lágrimas escorriam em meus olhos, mesmo com todo amor existente entre mim e Martín, nunca iríamos suportar uma tragédia dessa.

— Eles são teus filhos, João Carlos?

— Eu nunca vou amar frutos de estupro. Odeio essas crianças, só aturava as duas enquanto era benéfico a mim.

A revelação caiu como uma estaca em meu peito rasgando tudo. Nunca quis acreditar ou ligar as minhas preciosidades a um ato tão ruim quanto esse.

Eu me casei com um monstro completo.

— É um demônio na face de homem...

— A decisão é tua, quer causar esta grande tragédia?

Acenei repetidas vezes, nervosa com a visão que passou minha mente, desse futuro tão ruim para todos.

— Ligue para o libertino e termine essa loucura agora.

Apanhei o celular, tremula com vários pensamentos e nenhum ao mesmo tempo.

A mágoa que causarei em Martín será pequena perto do que João Carlos fará.

O telefone foi atendido no primeiro toque.

— Mi amor!

Fechei os olhos ao escutar a voz amorosa do meu grande amor.

— Não consigo.

— O que, Allana? — perguntou e posso sentir a voz confusa.

— Acaba com minha família é cômodo para mim.

Arango sabia que sou uma indecisa e medrosa, recorrer a esses defeitos é o melhor.

— Tudo bem, senhora Avelar, seja muito feliz, pois agora vou correr atrás da minha. Adeus!

Ele determinou, a voz magoada e desligou o telefone.

Encarei o meu algoz, que sorria debochado.

— As coisas vão mudar um pouco, mas vamos deixar assim por hora.

E saiu.

Eu olhei ao redor, no barzinho a garrafa de uísque, andei na direção apanhei, arrancando a tampa.

Não quero essa vida, saber que fui violada e impedida de viver meu amor. Já que tomei uma atitude tão imprudente e burra, mais uma e menos não faria mal. Na gaveta da mesa, peguei várias cartelas de remédios e tomei juntos com a bebida âmbar.

Uma vida sem Martín e sabendo como as crianças vieram ao mundo, desisto.

Sentimentos CompartilhadosOnde histórias criam vida. Descubra agora