Queria eu não ligar tanto
pra algo que pode ser
facilmente comparado com
nada.
Egoísmo meu, chorar por tão pouco,
por coisas pequenas do cotidiano,
mas quando percebo, já me entreguei,
mais uma vez, ao sofrimento,
ao medo do futuro,
medo de esperar,
de algo que já foi,
ou que sequer chegou ao meu peito.
Acho que deveria pensar menos
talvez escrever mais
ou quem sabe só sair sem rumo e
voltar antes das 18h
que é pra não levantar suspeita
sobre um sofrimento bobo.
No melhor dos casos
é bem melhor
que ninguém saiba que sofro assim
vão dizer que é coisa da geração
logo passa.
Mas, quem sabe, se eu falasse,
se eu deixasse o peso escapar,
talvez encontrasse eco na voz de outro,
um reflexo das mesmas sombras.
Sei lá, as vezes só preciso me livrar
desse fardo invisível que
me faz pequeno
nem que seja por um breve instante.