Oi gente,TD bem? é minha primeira fic ent me deem um desconto kkkkk.
Bom, boa leitura!
[...]
Ana sempre foi diferente, tá ligado?
Desde pequena, mesmo nos becos apertados da favela, onde a vida era uma repetição chata de reza e obrigações, ela sentia que seu coração batia fora do ritmo esperado. Aquele lugar era cheio de regras que nem faziam sentido pra ela. Os pais dela eram crentes fervorosos, com uma visão de mundo tão estreita que qualquer desvio era visto como um crime."Você vai acabar queimada no inferno, vagabunda!" Era o que a mãe falava sempre que Ana deixava escapar alguma gíria ou se vestia de um jeito que não agradava. Aquelas palavras ficavam martelando na cabeça dela, machucando mais do que qualquer tapa. E ali estava ela, na varanda de casa, fumando um cigarro escondido, torcendo pra que o pai não chegasse mais cedo. O cheiro do tabaco misturava-se com o calor da tarde, e Ana observava a movimentação da rua, pensando no quão e njoativa era a vida dela.
"E se eu só pudesse ser eu mesma, sem essa pressão toda?" Era isso que ela pensava enquanto via as garotas da sua idade se divertindo, indo pra balada, vivendo. Mas ela? Tava presa naquela jaula chamada lar, com a mãe gritando e o pai sempre com cara de quem tava prestes a dar uma bronca.
Um dia, quatro meses atrás, tudo mudou numa fração de segundo. Foi na praça, um lugar neutro, onde a vida parecia menos pesada. Ana estava de skate, como sempre, tentando não pensar nas obrigações e na vida chata que tinha em casa. O sol brilhava, e ela se sentia livre, deslizando e tentando umas manobras. Mas em uma curva meio errada, bum! Bateu em alguém. E quando olhou pra cima, seu coração parou. Era Aline, uma garota que parecia ter saído de um sonho.
- Putz, desculpa! Não vi você! - Ana falou, ainda atordoada, tentando juntar os pedaços da sua dignidade.
- Ai, você é doida ou o quê? - Aline reclamou, enquanto se levantava do chão e ajeitava o cabelo. A forma como ela falava, mesmo com um tom de raiva, era meio fofa. Ana ficou ali, paralisada, admirando a beleza da garota. O cabelo dela brilhava sob o sol, e aquele olhar penetrante fez Ana sentir algo que nunca tinha sentido antes.
- Desculpe, realmente não estava prestando atenção, - Aline disse, com uma voz firme, mas seu sorriso desmanchou a tensão. Ana não sabia o que responder. Só conseguia pensar no quão linda Aline era e no jeito que ela falava.
Nos dias seguintes, elas começaram a se encontrar na praça. Foram dois meses de encontros quase diários, trocando risadas e confidências. Viraram melhores amigas rapidinho. Ana falava sobre sua vida, sua rotina entediante, e Aline, por sua vez, compartilhava suas frustrações com os pais. A cada conversa, Ana se sentia mais conectada a Aline, como se tivessem uma ligação que transcendia a amizade.
- Mano, minha família é um saco, - Ana desabafou numa dessas tardes. - Meu pai é o rei da rigidez, e minha mãe... só falta me prender no quarto!
Aline olhou pra ela, com uma expressão que misturava empatia e compreensão. - Eu entendo, Ana. Os meus pais também têm expectativas enormes sobre mim. Eles só se importam com dinheiro e status. Acreditam que eu preciso seguir um caminho que eles planejaram, mas e eu? - Aline estava sentada, com as pernas cruzadas, enquanto observava Ana com um olhar atento. Ana percebeu que, apesar da postura mais séria, Aline também carregava um peso nas costas.
Em um dos encontros, enquanto Ana contava uma piada horrível, Aline começou a rir de um jeito que fez o coração de Ana disparar. O jeito que Aline riu, os olhos brilhando, fez Ana perceber que tinha algo diferente ali. O que começou como amizade estava se transformando em algo mais profundo, algo que ela não sabia como descrever.
Depois de mais algumas semanas, Ana começou a notar como Aline sempre se sentia mais próxima dela. Havia uma troca de olhares que deixava Ana confusa, como se houvesse um entendimento silencioso entre elas. E foi em uma tarde ensolarada, sentadas na praça, que Ana se deu conta. Quando Aline se inclinou para pegar um cigarro que havia caído, o gesto fez Ana sentir um frio na barriga. Os lábios de Aline estavam tão perto, e o cheiro do perfume dela a deixava tonta.
- Desculpa, mas você se importa se eu fumar aqui? - Aline perguntou, quebrando o silêncio e olhando pra Ana com aqueles olhos intensos.
- Se liga, eu não ligo. Vai em frente. - Ana respondeu, tentando esconder a timidez.
Enquanto Aline acendia o cigarro, Ana começou a refletir sobre tudo que sentia. Era mais do que amizade, muito mais. Era como se uma nova camada de sentimentos estivesse emergindo, e Ana estava assustada. "E se isso tudo acabar em desastre? E se a gente não puder ser quem realmente somos?"
Naquela tarde, a conexão entre elas se intensificou. Cada risada, cada toque, cada olhar parecia ter um significado mais profundo. Ana sentiu um calor se espalhar pelo corpo, um desejo de estar perto de Aline, de protegê-la.
Quando finalmente se beijaram, foi tudo tão intenso. Aquele primeiro beijo... ai, meu Deus! Foi como se o mundo tivesse parado. Os lábios delas se encontraram, e Ana sentiu uma explosão de sentimentos. Era uma mistura de medo e alegria, e tudo parecia mágico.
- Cê tem certeza disso?, - Aline perguntou, com um brilho nervoso nos olhos.
- Claro! Nunca estive tão certa na vida! - Ana respondeu, puxando Aline pra perto. E naquele momento, tudo parecia perfeito.
Mas a felicidade não durou. Um dia, o pai de Ana chegou mais cedo em casa e as pegou. A cara dele era de choque e raiva.
- O que é isso? Você se tornou uma vagabunda? - gritou ele, e Ana sentiu o coração na boca. Aline ficou paralisada, e Ana tentou se esconder atrás dela.
- Pai, por favor... - Ana implorou, mas a voz dela parecia uma folha sendo levada pelo vento. O que se seguiu foram gritos e promessas de que nenhuma delas sairia ilesa se continuassem com essa relação.
Quando Aline foi embora, Ana sentiu que a vida desmoronava. As palavras do pai ecoavam na cabeça dela, deixando-a desesperada. Como poderiam viver assim, perseguidas por quem amavam?
Em uma noite, com a mente borbulhando de pensamentos, Ana decidiu que não dava mais pra ficar naquela situação.
- Aline, a gente precisa fugir! - disse Ana, já sentindo o coração disparar. - Não dá pra ficar aqui assim!
- Fugir? E pra onde?, - Aline respondeu, assustada, mas Ana viu uma centelha de esperança nos olhos dela.
- Não importa pra onde. O que importa é que vamos juntas, - Ana afirmou, segurando a mão de Aline com firmeza, sentindo um calor que a fazia acreditar que era possível.
Naquela decisão, Ana sentiu o peso do mundo sendo tirado de suas costas. Se não podiam ter a liberdade que desejavam, então que a buscassem. Juntas.
Então, as duas jovens corajosas decidiram que, ao amanhecer, deixariam tudo pra trás em busca de um novo começo. Um lugar onde pudessem ser quem realmente eram, longe do peso da desaprovação e da dor.
[...]
.
.
.
.
.
.
.
.E aí gostaram? Curtam aí pra ajudar essa pobre moça 😔 kkkkkkkk
VOCÊ ESTÁ LENDO
amor sob o peso do mundo
Adventureaonde Ana e Aline, de mundos opostos, se apaixonam em um amor proibido. Ana, uma rebelde da favela, enfrenta a opressão de uma família conservadora, enquanto Aline, uma rica herdeira, lida com pais indiferentes. Quando decidem fugir juntas em busca...