2• Sob o sol dos (des)encontros

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Um capítulo inédito para vocês!! Não se esqueçam de votar na estrela ⭐ e deixar seu comentário! Que Jesus abençoe, boa leitura!!
🚨 Capítulo pode contar gatilhos, crise de ansiedade e pânico 🚨

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"Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados."

Mateus 05:04

O dia estava incrivelmente ensolarado.

Pássaros cantavam a liberdade e os raios de sol faziam um convite para aproveitar a vida. O céu azul parecia estar num tom ainda mais vívido, e não havia sequer uma nuvem.

Pela janela do carro eu via o sorveteiro já conhecido, sorrindo para as crianças alegres que formavam fila em frente ao seu carrinho. E ao lado uma idosa cantarolava uma canção qualquer, enquanto regava pequenas margaridas.

Desci do automóvel, ignorando os protestos de minha mãe e me aproximei. Os olhos já cansados pela idade me encararam com  profundo pesar. Sem nenhuma palavra, ela me estendeu um pequeno ramalhete com as flores, transmitindo condolências implícitas. 

Ajeitei a máscara em meu rosto e voltei para o carro, me sentando no banco traseiro. Vi minha mãe me encarar pelo retrovisor e suspirar, então olhei para a janela, fugindo de si.

— Você não pode ter contato com flores. Sabe disso, não sabe? — Ao escutar sua voz, a fitei levantando as sobrancelhas e apontei para a máscara sobre meu nariz.

Ela revirou os olhos, e meneou a cabeça. Ligou o carro, mas não saiu do lugar.

— Deixe pelo menos aqui na frente comigo. — insistiu ela. — Eu...

— Eu vou levar as margaridas para o meu pai! — apertei forte o buquê, enquanto sentia meus olhos pinicarem.

— Mas, a sua alergia po...

— Podemos ir, por favor? — pressionei os lábios e encarei as flores. Ela não falou mais nada e seguimos para o cemitério.

Dentre tantas coisas que me incomodaram, a primeira delas foi ver tantas pessoas que eu nem conhecia chorando por meu pai, enquanto eu só queria ficar  mais um pouco sozinha com ele, mesmo que ele não estivesse mais ali.

Minhas amigas logo vieram me abraçar, mas logo que disse que preferia ficar um pouco sozinha, me respeitaram e ficaram só de longe atentas à mim; o que agradeci internamente.

Parentes que eu não via há anos, abraçavam eu e minha mãe, repetindo a mesma fala ensaiada, típica de quem não sabe o que dizer.

Margarida Não É FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora