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Gerson Santos.

O dia já estava escurecendo quando cheguei de volta no meu endereço, após mais um dia longo de treino, visando o próximo jogo pela libertadores.

Diferente de ontem, hoje consegui fazer um treino perfeito, mostrando pro Tite meu verdadeiro futebol, e não aquela coisa horrorosa que fiz no campo ontem. Apesar do que rolou mais cedo com a Laura no elevador, consegui deixar tudo fora dos gramados, pensar apenas no meu futebol, e consegui me sair bem, como de costume.

Desci do meu carro, e fui até o hall do condomínio, para ir até o elevador. Que quando cheguei, Laura e Arthur estavam em frente a caixa de metal, esperando.

- acho que o elevador está se tornando nosso ponto de encontro - chamei atenção de ambos

Arthur que estava com a feição um pouco desanimada, sorriu largo ao me ver.

- oi, tio Gerson - o mais novo correu até mim, me abraçando

O ato me pegou de surpresa, mas me abaixei, ficando na sua altura, e retribuindo o abraço.

- eae, carinha. Estudou direitinho hoje? - perguntei por ele estar de uniforme, o garoto apenas afirmou com a cabeça

O elevador chegou, e entramos. Percebi o comportamento estranho do Arthur, aparentando estar meio triste, desanimado.

- oque houve com ele? - perguntei num tom baixo pra Laura, enquanto a mulher apertava o botão do nosso andar

- por causa de você

- de mim!? - franzi o cenho - oque eu fiz?

- não, você não fez nada. É que ele falou pros amiguinhos da escola que é seu amigo agora, e disse que todo mundo ficou falando que ele estava mentindo, aí tá assim desde que busquei ele

- entendi - olhei novamente na direção da criança, que estava olhando pro chão, enquanto mexia no zíper do seu casaco - coe, Arthur - ele me encarou - quer dizer que tu disse na escola que somos amigos?

- sim, mas ninguém acreditou em mim - se tom de voz era triste

- já que somos amigos, que tal irmos no shopping

- agora!? - um pequeno sorriso surgiu nos seus lábios

- agora, pô - sorri de lado - podemos ir num parque que tem no shopping

- eu quero! - se animou rapidamente

- eae, Laura - olhei pra mulher - vamos?

- por favor, mamãe - ele juntou as mãos

- você troca de roupa e a gente vai - tanto eu, quanto o garoto, sorrimos largo com a resposta

Chegamos no nosso andar e o mais novo saiu correndo pro seu apartamento, indo se trocar. Laura foi atras dele, para o ajudar, e eu fiquei os esperando no corredor mesmo.

Quando os dois voltaram, oque não demorou muito, ambos tinham se trocado. Encarei a mulher de cima a baixo, incrível como ela fica absurdamente linda com qualquer coisa.

Passado Presente - GersonOnde histórias criam vida. Descubra agora