Dança das Emoções

festa parte 2

A noite na casa dos Albuquerque seguia envolta em música, risadas e a energia elétrica que apenas uma festa universitária poderia ter. No entanto, para Luiza, algo muito mais intenso estava acontecendo. O calor da bebida já começava a fazer efeito, e o som da música reverberava em seu corpo de forma diferente. Ela se sentia mais leve, mais solta, mais... desinibida. E, enquanto seus pensamentos tentavam se organizar, havia uma presença constante e inescapável que se manifestava com força: Valentina.

Valentina, que a observava a cada movimento, a cada sorriso, parecia ser o epicentro de todas as sensações que Luiza estava começando a experimentar naquela noite. As luzes da festa criavam um jogo de sombras e brilho que destacava a figura de Luiza enquanto ela começava a se mover ao som da música. A batida parecia guiar seus passos, e, sem perceber, Luiza começou a dançar de forma sensual, deixando seu corpo responder à música e ao álcool que fluía por suas veias.

Seus movimentos eram fluidos, soltos, e havia uma certa provocação em cada passo. Ela não sabia ao certo para quem estava dançando, mas dentro de sua mente, uma única pessoa ocupava seus pensamentos: Valentina.

Valentina, do outro lado da sala, observava Luiza com uma atenção quase predatória. Os movimentos de Luiza eram magnéticos, e Valentina sentia-se puxada para mais perto, atraída pela sensualidade que Luiza emanava. Mas havia uma barreira invisível, uma linha que Valentina sabia que não podia atravessar sem a permissão de Luiza. Ela não queria forçar nada, não queria apressar nada — mas era impossível ignorar o desejo que queimava dentro de si.

A música aumentava, e os movimentos de Luiza ficavam mais intensos, mais carregados de intenção. Valentina aproximou-se lentamente, seu olhar fixo em Luiza, esperando por um sinal, um gesto que indicasse que ela podia ir mais longe. E então, como se estivesse respondendo àquela súplica silenciosa, Luiza virou-se para Valentina, os olhos cheios de algo que ela não conseguia nomear. A tensão entre as duas crescia, e Valentina, sem dizer uma palavra, se aproximou mais.

As duas começaram a dançar juntas, seus corpos quase se tocando, mas mantendo uma distância mínima, como se cada uma estivesse testando os limites da outra. Os olhares entre elas eram intensos, e a cada batida da música, parecia que o ar ao redor ficava mais denso, mais carregado de eletricidade. Luiza sentia o coração acelerado, seu corpo respondendo ao de Valentina de uma forma que ela não conseguia controlar. Ela se movia de forma instintiva, como se fosse guiada por algo maior.

E então, no meio dessa dança carregada de desejo, um flash de memória atravessou a mente de Luiza.

**Flashback**

Ela se viu no apartamento de Valentina, uma noite que agora parecia distante, mas ao mesmo tempo, tão próxima. Valentina estava na cozinha, preparando um jantar italiano especialmente para ela. O cheiro de alho e ervas preenchia o ambiente, e a música suave tocava ao fundo. Luiza lembrava-se de como se sentia confortável naquela noite, de como Valentina a fazia sentir-se especial, única.

Naquela noite, ela também havia começado a dançar, de forma sensual, provocante. Movia-se pelo apartamento, os olhos fixos em Valentina, que a observava com um sorriso no rosto. Quando Valentina se aproximou, ela havia dito algo que agora ecoava na mente de Luiza:

— Luiza... assim você não facilita, né? — A voz de Valentina era um misto de brincadeira e desejo.

**Fim do flashback**

De volta à festa, Luiza abriu os olhos, ainda atordoada pela intensidade da lembrança. Seu corpo estava quente, o coração batia acelerado, e suas emoções estavam à flor da pele. Ela virou-se para Valentina, que a observava com um misto de preocupação e desejo, sem entender ao certo o que havia acontecido. Mas, para Luiza, tudo parecia claro agora. Aquele calor, aquele desejo, aquela atração que ela vinha tentando ignorar finalmente explodiu dentro dela.

Sem pensar duas vezes, Luiza tomou uma decisão.

Ela se lançou em direção a Valentina, pegando-a de surpresa, e colou seus lábios nos dela. O beijo foi intenso, carregado de urgência, de uma paixão que parecia ter sido reprimida por tempo demais. Valentina, surpreendida, demorou um segundo para reagir, mas logo correspondeu ao beijo, puxando Luiza para mais perto.

Os corpos delas se fundiam naquele momento, como se a dança tivesse sido apenas o prelúdio para o que realmente estava por vir. Valentina explorava o corpo de Luiza com as mãos, deslizando pelos seus braços, sua cintura, até que chegou à sua bunda, apertando-a com firmeza. O toque de Valentina fez com que Luiza soltasse um pequeno gemido na boca dela, completamente entregue ao desejo.

Valentina, sentindo o corpo de Luiza reagir ao seu toque, deixou as mãos explorarem mais. O beijo era faminto, cheio de necessidade, e a tensão que havia crescido entre as duas finalmente encontrou um ponto de liberação. Luiza sentia-se tomada por uma onda de calor, e o toque de Valentina parecia incendiá-la de dentro para fora.

Quando o gemido de Luiza ecoou entre elas, Valentina soube que era hora de parar. Ainda que tudo dentro dela quisesse continuar, sabia que precisava dar a Luiza um espaço para pensar, para respirar.

Ela interrompeu o beijo, os olhos ainda fixos nos de Luiza, que estava claramente abalada pelo que acabara de acontecer. Os lábios de Valentina estavam vermelhos e inchados pelo beijo, e seu corpo inteiro tremia de desejo.

— Luiza... — Valentina sussurrou, a voz baixa e rouca. — Você quer ir para um lugar mais calmo?

A pergunta pairou no ar entre elas, carregada de expectativa. Luiza, ainda ofegante, olhou para Valentina com os olhos cheios de confusão e desejo. Havia algo em seu peito que gritava por mais, mas ao mesmo tempo, uma parte de sua mente tentava entender o que tudo aquilo significava.

Valentina aguardava, paciente, sem pressionar, mas os olhos dela não mentiam. Ela queria Luiza, e tudo o que acontecia naquela noite era a prova disso. Agora, tudo dependia de Luiza decidir o próximo passo.