Paraíso

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Notas iniciais:

🍎|olá...
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Era como estar no paraíso…


Afinal, como de fato seria estar no paraíso? A jovem se questionava. Se fosse como era idealizado nos livros e pelas demais pessoas, se ele fosse um lugar belo e repleto de paz, com animais e suas frutas favoritas, ela até poderia dizer que estava ansiosa para estar nele.

Idealizar o lugar em sua mente era uma de suas imaginações favoritas e ela poderia fazer uma lista sobre. Graças aos céus que lhe concederam uma imaginação fértil, ela por muitas vezes conseguia fugir de sua realidade tediosa e tudo graças ao poder de sua imaginação.

Sentir a brisa gelada tocando seu rosto lhe causava uma sensação maravilhosa, já estava tão acostumada com o vento contra a sua face que, não importava o quão gélido ele estivesse, não a incomodava mais.

O lugar por onde corria era lindíssimo. Outra coisa que estava anexada em sua lista de coisas favoritas era correr pela costa, admirar a belíssima paisagem e, no final, poder aproveitar a parte rasa do mar, onde os dedos de seus pés afundavam na areia fina e onde pudesse sentir as ondas geladas quebrarem na parte exposta da pele que não estivesse por baixo da areia.

Será que também havia praias no paraíso? Ela acreditava que sim e rezava por isso.

Na verdade, não era ela quem corria. A velocidade na qual o cavalo se movia era absurda, mas esse era o nível que ela apreciava e a fazia se sentir no paraíso.

Seu cavalo corria como se estivesse livre, como se não houvesse nada em suas costas. Ela não o guiava, confiava o bastante em seu animal para deixá-lo escolher o caminho por onde quisesse passar. Ela tinha o guiado até a costa, mas a partir do momento em que chegaram, ela o deixou livre para guiá-la.

Livre… era assim que ela se sentia quando estava sob as costas do cavalo.

Conseguia sentir a adrenalina se estender por todo o seu corpo, fazendo com que a felicidade e o frio na barriga tomassem conta do seu ser por completo… fazendo-a esquecer de tudo aquilo que a deixava aborrecida. A sensação intensa que a velocidade lhe causava era agradável.

Equinos, eles eram a sua paixão. Poderia passar o dia inteiro os admirando e falando sobre eles, sem dúvidas eles eram os animais mais belos e encantadores que existiam diante dos seus olhos. Incríveis. Eles eram incríveis.

Os fios de cabelo castanho batiam contra o rosto da jovem, não havia adiantado muito tê-los prendido em um coque já que o vento e a velocidade fizeram-lhe o favor de desarrumá-los, mas estava tudo bem, ter o cabelo em seu rosto não a incomodava.

Em hipótese alguma, sua mãe poderia vê-la cavalgando daquele modo. A matriarca já não aprovava o amor que a filha nutria pelos equinos, se fosse pela mais velha, ela passaria bem longe deles… mas o que a jovem poderia fazer? Seu amor por eles era tudo por influência de seu avô, um homem que amava esses animais tanto quanto ela. Foi com o seu avô que aprendeu a cavalgar, tudo o que sabia sobre as criaturas que tanto amava era graças a ele, ela era e sempre seria grata ao mais velho. Além de tudo, o seu precioso cavalo com que corria no momento havia sido um presente dele no seu aniversário, um presente bem inesperado para uma jovem senhorita que havia acabado de completar seus quinze anos. Não era isso que as jovens esperavam ou queriam ganhar, mas para ela, esse sempre seria o mais valioso presente que já havia ganhado, nenhum outro seria capaz de igualar-se a ele.

Em um ato audaz, ela deixou de segurar os fios pretos da crina do cavalo e abriu os braços, como uma cruz. O frio que isso lhe causava na barriga era ótimo… Ela era corajosa o suficiente para cavalgar sem sela, sem estribo e sem rédeas. Coordenava os movimentos e direções de seu animal através da crina, carícias ou palavras. Seu equino era inteligente o suficiente para entendê-la, mas havia algo muito mais além da inteligência dele para compreender certas coisas. Quando seu avô a presenteou, ele era apenas um potro de oito meses, todo o treinamento que lhe foi dado havia sido através dela, do seu jeito, sem chicotes e nada que fosse lhe causar dor, medo ou desconfiança. A relação que os dois possuíam havia sido construída através da confiança de ambas as partes. Ela confiava nele e ele confiava nela… Ela confiava nele para deixá-lo correr em sua velocidade, fosse ela alta ou baixa, ela confiava nele para correr sem nenhum equipamento de equitação.

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⏰ Última atualização: Oct 02 ⏰

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