Quando a fumaça se dissipar.

Capítulo 1

Flashes de luz colorida irromperam ao redor de Harry e seus amigos como fogos de artifício, mas não havia nada para comemorar. Os sons de gritos, guerra e derramamento de sangue eram tudo o que ele conseguia ouvir.

O rosto do garoto ruivo, mesmo em batalha, abriu-se em um breve e alegre sorriso. Claro; era tão típico dele ser otimista mesmo quando as probabilidades estavam contra ele. Porque ele sabia que, não importa o que acontecesse, ele sempre teria sua família. Se eles estivessem vivos ou mortos, ele continuaria a lutar e viver para que suas memórias fossem passadas adiante.

Ele riu enquanto seu oponente desmaiava devido a três feitiços de atordoamento simultâneos.

"Você está realmente brincando, Perce", disse ele ao irmão. "Acho que não ouvi você brincar desde que você era -"

Então o mundo se despedaçou em um instante, uma luz ofuscante envolvendo os bruxos em batalha. Silêncio seguiu os destroços como se o próprio ar estivesse de luto pelo que tinha acabado de acontecer.

Pois o garoto estava deitado no chão. Totalmente imóvel.

"Não... não, não!" Alguém lamentou, "Não! Fred! Não!"

"Não," Harry murmurou. Se ainda houvesse tempo... ele poderia pegar sua varinha, reverter a destruição. Tinha que haver um feitiço para enganar a morte. Tinha que haver porque Fred tinha ido embora e Tonks e Moody e-

Uma mão o puxou da escuridão de seus pesadelos. "Harry," Hermione sussurrou, "Você está bem?"

Harry piscou, o rosto preocupado de Hermione nadando embaçado na frente dele. Harry pegou seus óculos e os colocou, então as feições dela entraram em foco.

"Pesadelos de novo?" Hermione adivinhou antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa. "Sua cicatriz também está doendo? Pensei que pararia, já que Voldemort se foi."

"Não tem nada a ver com Voldemort", disse Harry, sentando-se. As cores quentes do quarto de Ron, iluminadas pelo sol da manhã, o deixaram à vontade. "Minha cicatriz não está doendo. Eu só continuo... revivendo a batalha em meu sono."

"Oh, Harry," Hermione franziu a testa com simpatia. "Vamos, vamos tomar café da manhã. Todos nós vamos precisar de energia hoje."

"Certo."

Hermione saiu do quarto, deixando Harry se vestir. Ele abriu seu malão apressadamente embalado e tirou uma túnica preta simples. Enquanto Harry olhava para o tecido, ele sentiu lágrimas começando a brotar em seus olhos. Piscando furiosamente para afastá-las, ele murmurou, "Esta é a última."

Depois de hoje, talvez todos pudessem finalmente esquecer a tragédia do passado e olhar esperançosamente para o futuro. A semana passada tinha sido cheia de funerais, variando de Colin Creevey ao Professor Severus Snape. Este último tinha sido particularmente mal atendido, para a decepção de Harry. Ele tinha contado a todos que podia sobre o sacrifício de Snape, mas apenas alguns poucos escolhidos acreditaram nele, Ron e Hermione incluídos.

O clima lá embaixo era sombrio, mas unido. Hermione, Ron, Ginny, Arthur, Molly e Percy estavam sentados à mesa, tomando café da manhã. Estava claro pelos rostos sombrios da família que eles não estavam realmente com vontade de comer, mas a fome garantiu que eles comessem um ovo, pelo menos. Harry ficou um pouco animado ao ver todos mais animados do que uma semana atrás: Percy e seus pais estavam murmurando um para o outro, Ginny estava se servindo de salsicha, e as mãos de Hermione e Ron estavam entrelaçadas na mesa. Apenas George não comeu, sentado em silêncio sepulcral.

"Suco de laranja, querido Harry?", ofereceu a Sra. Weasley, enquanto a jarra flutuava em direção à xícara de Harry.

"Obrigado, Sra. Weasley," Harry respondeu, sua cadeira arrastando para trás enquanto ele se sentava ao lado de Ron. Ele olhou para George, querendo dizer algumas palavras de conforto, mas sem ter ideia do que dizer.