capítulo 2

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O som estridente do meu celular me despertou abruptamente, interrompendo um sono profundo e reparador. A noite anterior ainda pesava sobre mim, a exaustão física e emocional persistindo. Ao visualizar o nome "Sasori" na tela, um aperto no peito me lembrou dos eventos recentes. Sua raiva era compreensível.

Levantei-me da cama com dificuldade, cada movimento exigindo um esforço considerável. Ao me aproximar da porta, hesitei, o receio de sua reação me paralisando momentaneamente. Olhei através do olho mágico, observando-o imóvel, com a postura tensa e o olhar fixo no chão. A sombra de sua desilusão era perceptível mesmo através da porta. Respirei fundo, preparando-me para o confronto iminente.

"Oi", murmurei, abrindo a porta com um sorriso que não alcançou meus olhos. A culpa e o medo se misturavam em meu peito, criando um nó que me impedia de respirar livremente.

"Oi", ele respondeu, a voz grave e carregada de tensão. Ele passou por mim, entrando no apartamento sem esperar um convite. Fechei a porta, observando-o enquanto ele se virava para me encarar. Seus olhos estavam frios, a raiva contida em cada linha de seu rosto, suas mãos cerradas em punhos. A atmosfera era pesada, carregada de emoções não expressas.

"O que está acontecendo, Sakura?", ele perguntou, a voz cortando o silêncio como uma lâmina. "Ontem marcamos de jantar, e quando cheguei aqui, toquei a campainha várias vezes, mas você não atendeu." Sua voz tremia levemente, revelando a mágoa por trás da raiva.

"Peço desculpas", expliquei, tentando controlar o tremor na minha voz. "Estava exausta após o plantão no hospital e acabei adormecendo profundamente. Não ouvi a campainha." Minhas mãos se agitavam nervosamente, traindo a ansiedade que me consumia.

Ele me olhou com desconfiança, seus olhos castanhos faiscando de raiva. "É mesmo?", ele retrucou, a voz carregada de sarcasmo. "Então você resolveu descansar um pouco antes de sair com aquele homem naquele carro luxuoso?"

Engoli em seco, o nó na garganta se apertando. Então ele tinha visto. "Como você sabe disso?", perguntei, tentando manter a calma, mas minha voz falhou, revelando o meu desespero.

"Eu estava no terraço, fumando para relaxar", ele explicou, a voz amarga. "Pensei que talvez você tivesse precisado sair e resolvi esperar, já que não tinha nada melhor para fazer. Mas depois de duas horas e meia esperando, desisti e decidi ir embora. Foi quando a vi saindo com um homem mais velho." A última frase foi pronunciada com uma dor evidente, cada palavra um golpe em meu coração.

"Você não entendeu a situação, eu...", comecei a explicar, mas ele me interrompeu, erguendo a mão em um gesto de advertência. A tensão na sala era quase palpável, e eu sabia que estava prestes a enfrentar a tempestade que se formava em seus olhos.

"Estamos em um relacionamento há quase dois anos, e eu jamais imaginei que você fosse capaz de tal comportamento...", ele expressou, a voz embargada pela mágoa. Ele se virou, evitando meu olhar. A dor em sua voz era como uma adaga em meu coração.

" Sasori, por favor, pare!", implorei, sentindo as lágrimas finalmente transbordarem. A angústia e a frustração me dominavam, e eu não conseguia mais conter as emoções que me sufocavam. "Estou ciente das suas insinuações, e não permitirei que me trate dessa maneira!" Minha voz tremia, mas havia uma força inesperada em minhas palavras.

Ele riu, um som amargo e desprovido de humor. "Muito bem, então me explique. Que justificativa você tem para ter me dispensado tão abruptamente para sair com aquele homem?" Ele se virou novamente, seus olhos fixos nos meus, exigindo uma resposta que eu não podia fornecer.

"E-eu não fui por vontade própria...", murmurei, a voz falhando, a mentira pesada em meus lábios. A verdade era excruciante demais para ser revelada, e o peso da culpa me esmagava.

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⏰ Última atualização: Oct 03 ⏰

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My possessive love (SASUSAKU)Onde histórias criam vida. Descubra agora