Dança das Emoções

O Plano

Dany estava sentada no sofá de sua sala, encarando o celular com o rosto duro, segurando um copo de uísque com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos. Ela não conseguia acreditar que Luiza havia terminado com ela, novamente. Seu corpo fervia de raiva, e a dor de perder Luiza para Valentina pela segunda vez fazia com que seu coração latejasse. Mas dessa vez, Dany não ia aceitar. Ela ia lutar com todas as armas que tinha.

Ela pegou o celular e, após uma breve hesitação, ligou para Bruna, a ex-ficante de Valentina. Bruna atendeu com um tom ligeiramente intrigado, mas não desinteressado.

— Bruna, eu preciso de você. Tem uma coisa que a gente precisa conversar... pessoalmente.

— Dany? — Bruna respondeu com surpresa. — Não esperava essa ligação. O que você quer?

— Só... confia em mim. Vem até aqui. Eu prometo que vai valer a pena — Dany disse, a voz baixa e cheia de malícia.

Pouco tempo depois, Bruna chegou ao apartamento de Dany. Elas se sentaram, Dany ofereceu uma bebida, e logo o ambiente ficou tenso. Bruna, sempre calculista, observava Dany com interesse. Sabia que algo grande estava por vir, algo sombrio.

— Certo, o que está pegando? — Bruna perguntou, girando o copo de uísque na mão, desconfiada. — O que é tão importante?

Dany a encarou, os olhos brilhando com uma mistura de dor e vingança. Ela não estava mais disposta a perder, e se para manter Luiza ao seu lado ela precisasse jogar sujo, ela jogaria.

— Eu preciso da sua ajuda para separar a Valentina e a Luiza de uma vez por todas — Dany começou, sua voz carregada de raiva.

Bruna levantou uma sobrancelha, curiosa.

— Separá-las? — Bruna soltou uma risada fria. — Olha, Dany, eu já tentei de tudo. Valentina está completamente presa à Luiza. Ela não olha para mais ninguém, e você sabe disso.

— Eu sei. Mas eu também sei como mudar isso — Dany disse, os olhos faiscando. — Eu pensei em tudo. Tudo que você precisa fazer é seduzir a Valentina... pelo menos, dar a entender que está interessada nela.

Bruna olhou para Dany como se estivesse diante de uma pessoa louca.

— Seduzir a Valentina? Eu já tentei! Ela não me quer mais. E, francamente, acho que ela nunca mais vai querer.

Dany deu um sorriso sombrio, um sorriso que não chegou aos olhos.

— Você não precisa fazer com que ela queira você de verdade. A gente vai fazer com que pareça que ela te quis. — Ela fez uma pausa dramática, observando a expressão de Bruna. — A ideia é simples. Enquanto você estiver conversando com Valentina, eu ou alguém que eu conheço vai colocar algo na bebida dela. Uma droga. Nada muito pesado, só o suficiente para deixá-la confusa, fora de si.

Bruna piscou, a descrença em seu rosto visível.

— Droga? — ela repetiu, como se estivesse testando o gosto daquela palavra em seus lábios. — Dany, você tá falando sério?

— Absolutamente séria — Dany respondeu, sua voz firme. — Assim que a droga fizer efeito, a Valentina vai ficar vulnerável. Vamos levá-la para um quarto, e você faz o que for preciso para que ela pareça... comprometida. E eu vou estar lá, tirando fotos. Quando eu mostrar as fotos para Luiza, ela vai ficar destruída. Vai pensar que Valentina a traiu. E então, Luiza vai me procurar. Vai voltar para mim.

Bruna ficou em silêncio por alguns instantes, refletindo sobre o plano insidioso de Dany. Ela sabia que a proposta era perigosa, que estava brincando com fogo. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de ver Valentina vulnerável, e talvez até de recuperar algum tipo de controle sobre ela, era tentadora. Além disso, a promessa de que Luiza se afastaria de Valentina acendia algo dentro de Bruna. Um sorriso torto apareceu em seus lábios.

— E como você tem certeza de que isso vai funcionar? — Bruna perguntou, ainda jogando com cautela.

Dany se inclinou para frente, os olhos fixos nos de Bruna.

— Porque eu conheço a Luiza. Eu sei como ela reage à traição, à mentira. Mesmo que Valentina tente se explicar, as fotos vão ser fortes demais. Luiza não vai querer saber de desculpas. Ela vai acabar comigo, desolada, e eu vou estar lá para cuidar dela. — Dany deu de ombros. — E você, Bruna, pode ter um momento com a Valentina. Mesmo que seja só uma ilusão, vai ser o suficiente para quebrá-la.

Bruna soltou uma risada baixa, sombria.

— Isso é cruel. Perigoso.

— Exatamente — Dany murmurou, com um sorriso sádico. — E é por isso que vai funcionar.

Bruna pensou por um momento, girando o gelo no copo, avaliando a proposta. Havia algo tentador em manipular Valentina dessa forma, algo que mexia com seus instintos mais sombrios.

— Tudo bem — Bruna disse finalmente, um sorriso malicioso em seus lábios. — Eu topo. Vamos fazer isso.

Dany relaxou no sofá, seu sorriso satisfeito. Finalmente, tudo estava prestes a se alinhar.