Dança das Emoções

Flashback

Luiza e Valentina caminhavam lado a lado, o som suave da natureza ao redor as envolvia enquanto seguiam por uma trilha que levava a um mirante isolado, um lugar que Valentina costumava levar Luiza nos momentos mais íntimos. O vento fresco acariciava o rosto de Luiza, e ela se permitiu fechar os olhos por um momento, respirando fundo, absorvendo a sensação de paz e a presença reconfortante de Valentina ao seu lado.

Chegando ao mirante, as duas pararam diante da vista espetacular. O horizonte se estendia à frente delas, o sol baixando lentamente, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados. Luiza ficou sem palavras, maravilhada com a beleza da paisagem.

— Nossa... é lindo demais — murmurou Luiza, os olhos brilhando com a intensidade da cena à sua frente.

Valentina, no entanto, não desviava os olhos de Luiza. Seu sorriso surgia de canto a canto enquanto observava a maneira como o brilho do pôr do sol refletia na pele dela. Para Valentina, aquela visão não era nada comparada à que ela tinha ao seu lado.

— É... muito lindo mesmo — Valentina disse, sua voz rouca e provocante.

Luiza, ainda hipnotizada pela paisagem, demorou alguns segundos para perceber que Valentina não estava olhando o horizonte. Quando se virou, encontrou o olhar intenso de Valentina fixo nela, e algo quente começou a subir pelo seu corpo. Aquele jeito que Valentina tinha de olhá-la, de flertar sem dizer nada, sempre mexia com ela.

— Mas não tanto quanto você — Valentina completou, sorrindo de maneira provocante enquanto seus olhos vagavam descaradamente por Luiza, do rosto até os lábios, e depois pelo corpo.

Luiza revirou os olhos, mas não conseguiu evitar o sorriso que crescia nos seus lábios. Sempre a mesma Valentina, sempre pronta para brincar e deixar o clima carregado de tensão.

— Ah, para, Valentina — disse, com um leve riso nervoso, fingindo que as palavras dela não tinham efeito, mas sentindo o calor que subia por suas bochechas.

— Para por quê? Tô falando a verdade — Valentina deu um passo para mais perto, aproximando-se de Luiza, suas mãos agora descansando casualmente no corrimão de madeira, bloqueando parcialmente o caminho de Luiza, de modo que ela ficou ali, presa naqueles olhos intensos. — Eu sempre falo o que penso, e agora estou pensando que você está... irresistível — completou, mordendo de leve o lábio inferior.

Luiza sentiu seu coração acelerar. Ela odiava, ou melhor, adorava como Valentina a fazia se sentir. Cada palavra dela era como um choque elétrico, ativando sensações que Luiza não conseguia controlar. Ainda assim, mesmo com a mente confusa e o coração acelerado, ela entrou no jogo.

— Você não muda, né? Sempre tentando tirar uma casquinha — Luiza disse, rindo, mas sem afastar Valentina, que já se inclinava um pouco mais, diminuindo a distância entre seus corpos.

Valentina arqueou uma sobrancelha, com aquele sorriso cheio de malícia que a fazia irresistível.

— E você adora quando eu tento — provocou, sua voz baixa, quase um sussurro, enquanto sua mão se movia discretamente até tocar de leve a cintura de Luiza.

Luiza sentiu o toque, suave e íntimo, e seu corpo reagiu quase que instantaneamente. Ela mordeu o lábio, tentando manter o controle, mas era impossível negar o que sentia. Aquela faísca, aquela conexão, era inegável.

— Talvez... — Luiza respondeu, finalmente cedendo um pouco, sua voz saindo mais rouca do que o esperado.

Valentina sorriu, vendo que estava conseguindo quebrar mais uma barreira de Luiza. Ela se inclinou ainda mais, o calor de seus corpos agora tão próximos que Luiza podia sentir a respiração de Valentina. As mãos de Valentina subiram lentamente, explorando o contorno do corpo de Luiza, até repousarem em seus quadris. O toque era firme, mas carinhoso, provocante na medida certa.

— Eu sabia... — Valentina murmurou, inclinando-se ainda mais, seus lábios roçando o pescoço de Luiza, enquanto seus dedos acariciavam a cintura dela. — Sempre soube que você gosta quando eu provoco. Gosta desse joguinho...

Luiza estava prestes a responder, a mente girando entre o desejo e a razão, quando de repente flashes começaram a surgir. Sua respiração ficou ofegante, e sua mente viajou no tempo. Em um instante, ela se lembrou de outro momento, em outro lugar, mas com a mesma sensação de Valentina a provocando.

**Flashback**

Ela e Valentina estavam no quarto de Luiza, na casa dos pais dela. Tinham passado o dia fingindo que eram apenas amigas diante da família, mas agora, trancadas a sós, longe dos olhares curiosos, a fachada de "amizade" tinha caído.

Valentina não conseguia mais se conter. Assim que fechou a porta atrás de si, seus olhos brilharam com desejo. Ela avançou, prendendo Luiza contra a parede, e a beijou intensamente, como se o dia inteiro tivesse sido uma provocação que explodiu naquele momento. Seus lábios encontraram os de Luiza com uma fome, uma urgência, que Luiza sentiu imediatamente. Ela também estava desejosa. Tinha provocado Valentina o dia inteiro, sabendo exatamente o que estava fazendo.

— Valentina... — Luiza interrompeu o beijo, a respiração pesada, tentando ganhar controle. — A gente tem que parar. Meus pais e minhas irmãs estão em casa... A gente não pode transar agora.

Valentina, com o corpo em êxtase, parou por um segundo, respirando com dificuldade. Seus olhos queimavam com desejo.

— Vamos ter que fazer pouco barulho então... — Valentina respondeu com um sorriso travesso, beijando o pescoço de Luiza e deslizando as mãos pelo corpo dela. — Você me provocou o dia inteiro, Luiza. Estou louca para te tocar.

Luiza, completamente rendida, retribuiu o beijo com a mesma intensidade, explorando o corpo de Valentina como se aquele fosse o momento que esperara o dia inteiro.

**Fim do Flashback**

De volta ao presente, Luiza piscou, atordoada pela lembrança. Ela olhou para Valentina, que a observava com um sorriso cheio de malícia, sem perceber o que acabara de acontecer na mente de Luiza.

Sem pensar duas vezes, Luiza puxou Valentina para um beijo ardente, como se revivesse aquele desejo que estava guardado em algum lugar dentro dela. O beijo era intenso, repleto de paixão e de uma conexão inegável.