— Vem, ninã!
Anastase disse, passando apressado pela menina que ergueu a cabeça confusa.
— Que?! Pra onde?
— É, anda! — Giovanni a chamou, olhando-a ficar ainda mais perdida.
— Mas... e o meu chefe?
— Quem se importa com ele? Você foi transferida!
— O que?! Pra onde?
— Sabe quem é aquele lá na frente?
— Quem?! — Rosa franziu a testa, genuinamente preocupada.
— Anastase Hernandez! Você trabalha com ele agora!
— Que?! — Ela exclamou surpresa.
Com rapidez jogou suas coisas que estavam espalhadas, dentro da bolsa e vestiu o moletom de lã rosa com flores brancas.
Túlio Barbacena era certamente um homem nojento.
A menina dos cabelos pretos, apertou os passos de modo que conseguisse alcançar suas passadas longas, caminhando nervosa e apertando com força a alça da bolsa. Um riso se afrouxou pelo rosto do mais velho, puxando a bolsa que era esmagada entres seus dedos e entrelaçando seus braços.
— Não precisa! Minha bolsa é pesada!
— Eu já carreguei um Anastase bêbado e a bolsa dele. Isso aqui, não é nada. — Brincou, vendo o rosto dela relaxar em um riso.
— Calúnia. — Defendeu-se, parando a frente deles dentro do pouco espaço da caixa metálica.
— Sabe... — Ela iniciou tímida. — ... eu tinha medo de trabalhar para ele. Túlio me olhava estranho.
— ¡Hijo de puta! Cabrón! — Anastase resmungou raivoso, batendo nos botões do elevador.
— Senhor Hernandez fala espanhol?!
— Hija, sem essa de senhor! Eu não tenho nem trinta anos!
— Tá quase né, Tase? — Giovanni o alfinetou, cutucando seu ombro.
15° andar.
Anastase saiu primeiro, indo em direção ao estúdio onde seus modelos estavam.
— Já esteve aqui? — O moreno sussurrou para ela, que olhava em volta perdida.
— Não.
— As fotos são feitas nesse andar. Por isso temos que falar bem baixinho.
— Vocês já terminaram? Quero ir embora! Não posso ir sem vocês! — Anastase falou alto e impaciente com as paredes, pondo as mãos na cintura inconformado.
— Não deveríamos falar baixo? — De sobrancelhas franzidas, Rosa virou-se para olhar na direção do rosto do outro, que por momentos, balançou os ombros.
— Deveríamos, mas o Tase é o Tase e ai de quem reclamar.
— Que bom que você veio aqui! Escolhe as fotos e vamos! — Darcy gritou da sala de edição, escutando os passos pesados dos saltos até o local, arrastando-o para o computador.
As fotos estavam perfeitas. Carregando um estilo unicamente especial para os modelos.
As cores das fotos de Darcy eram quentes e as de Angel era frias e quando era uma foto dos dois, as cores estavam perfeitamente unidas.
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Le Parfum.
ChickLitEm 1995, Idris Vaughn era único, inalcançável, inacessível e impossível. Reinava como uma estrela solitária no universo da moda. Era uma figura magnética, quase mítica, com olhos verdes tão profundos que pareciam um abismo inexplorado. Sua altura...