Leiam com calma, espero que gostem
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O som era estridente, como um zumbido agudo.
Estava inconsciente, voltando à luz da realidade, aos poucos se dando conta de sua cabeça pesada e membros inferiores, os quais aos poucos paravam de formigar. Uma luz branca suave ascendia no local, dando conforto aos seus olhos ainda fechados.
Ouviu passos, logo mais o rastejar de rodas, o som de um solo rochoso crepitando com o arrastar de algo e o rolar de pedrinhas aos passos desconhecidos à média distância.
Ainda sentia sua mente nublada e os olhos cansados, não queria sair daquele sono. Foi quando adormeceu novamente
— Ele ainda continua inconsciente. — Uma voz rouca e arrastada o despertou novamente, ainda sem ter coragem de abrir os olhos apenas ansiou voltar para o vazio confortável de onde havia saído.
— Dra. Yang, já faz quase um mês que ele está assim. Estou ficando muito aflito com a situação que possa vir a acometê-los. — Em agonia, o acompanhante confessou suas angústias à senhora que estava cuidando de seu ente querido desde o desastre.
Mesmo com a mente atordoada, reconheceu aquela voz. Não tinha como não reconhecer.
— Ji..min? — O sussurro quase inaudível mal reverberou no local, mas foi suficientemente alto para despertar a surpresa no rapaz aflito.
— Taehyung! Você pode me ouvir? Taehyung, por favor. — Sentiu um aperto sofrido em sua mão direita. Não tinha forças para responder, sua garganta estava seca e dolorida, tudo que pôde fazer foi retribuir o aperto caloroso que recebia.
— Ele acordou! Dra. ele acordou! — A voz embargada de emoção confirmou as suspeitas para a mais velha, a qual se pôs de imediato a checar os sinais vitais do enfermo. — TaeTae, meu amor, eu estou aqui, vocês estão seguros, vai ficar tudo bem. — Já aos prantos pôs-se a acalentá-lo, dizendo palavras que mesmo que contasse segurança, de certa forma serviam para aliviar sua própria aflição que finalmente acabou depois de longos 23 dias.
Sentiu o vazio o consumir novamente, e assim adormeceu.
Bip… Bip… Bip…
O som da máquina o despertou como uma melodia, assim como o aperto que sentia em seu braço.
Abriu os olhos com dificuldade, encontrando um teto cavernoso escuro, iluminado por pouca luz que parecia vir de longe. Não conseguiu se erguer, mas se sentia bem o suficiente para falar.
— Jimin? — Ouviu um suspiro baixo, bem próximo a si. Imaginou quem estava ali, provavelmente adormecido por conta da exaustão. — Jimin… Está conseguindo me ouvir? — Chamou novamente, dessa vez tendo sucesso.Sentiu um alavancar brusco balançar seu leito, assim como uma respiração descompassada e surpresa.
— Tae! — Com um espalmar de mãos, a figura tão amada invadiu seu campo de visão e, como se o breu do local não estreitava mais sua visão, conseguiu ver claramente o rosto de seu irmão querido.
A luz do corredor que se espreitava pelos vãos do tecido da porta improvisada foi o suficiente para fazer com que as lágrimas reluzissem em sua tez. As sobrancelhas juntas e os olhos fechados em emoção o fizeram se sentir mais vivo.
— Minnie… — Retribuiu o sorriso e mesmo sem saber direito o que estava sentindo ou acontecendo, debulhou-se em lágrimas como se uma escuridão se apossasse de seu coração. — Minnie! — Levantou os braços penosamente, envolvendo-o em um abraço.
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Seu despertar foi curto porém intenso, sentiu um turbilhão de emoções e uma tristeza avassaladora. Tanto que adormeceu em lágrimas no calor de seu amigo.
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O santuário
FanfictionTaehyung cresce em um santuário para ômegas e vive uma vida de mentiras. Sua jornada recomeça sem memórias, no mundo de fora, onde precisa reaprender tudo que acreditava ser normal. Acompanhando de seu irmão, embarca nessa nova jornada de descoberta...