Capítulo 37 - Sim

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A empolgação de Juliette era tão contagiante que, se pudéssemos engravidar através de meios naturais, teríamos deixado de usar camisinha naquele exato momento, só para aumentar as chances de engravidar naturalmente. A ideia de um bebê a deixava radiante. E, por mais que o desejo de construir uma família ao lado dela fosse enorme, tomar essa decisão de forma tão definitiva parecia assustador.

Engravidar por sorte, sem toda essa pressão, seria muito mais fácil. Uma parte de mim pensava nisso, como se o destino pudesse decidir por nós. Afinal, um bebê seria um passo gigantesco, cheio de responsabilidades. Eu só queria estar completamente preparada para viver essa nova fase ao lado da Juliette, no tempo certo.

Naquela manhã, Juliette acordou antes do despertador tocar. Senti ela se mexer e abrir os olhos devagar, ainda lutando contra o sono. Ela virou para mim com um sorriso suave, acariciando meu rosto.

— Bom dia, amor — sussurrou, seus dedos traçando círculos lentos na minha pele.

— Bom dia — respondi, ainda com a voz sonolenta.

Juliette me puxou para mais perto e depositou um beijo leve em meus lábios, antes de se afastar um pouco, seu olhar assumindo um ar mais sério.

— Estive pensando... O que você acha de a gente fazer aqueles exames que falamos, antes de trabalhar hoje? Ver como estamos com as vitaminas, hormônios e tal. Quero ter certeza de que, quando decidirmos, estaremos prontas para nosso bebê.

Eu me espreguicei, absorvendo a ideia por um segundo. O entusiasmo dela era contagiante, e a seriedade em seus olhos mostrava o quanto ela estava comprometida com isso.

— Claro, acho ótimo. Assim ficamos mais tranquilas, né? — concordei, sorrindo.

Ela se levantou com um pulo, animada, e começou a se preparar. Fomos juntas ao médico logo pela manhã, e os exames foram rápidos e simples. Agora era só esperar os resultados.

Como a Juliette havia conseguindo agendar uma consulta, fiquei trabalhando pelo celular mesmo, enquanto aguardávamos. Algumas horas depois, estávamos de volta ao consultório, esperando o médico aparecer com os resultados. Juliette segurava minha mão, seus dedos entrelaçados aos meus, enquanto olhava ao redor com uma certa expectativa. Quando o médico entrou, senti meu coração acelerar um pouco.

— Bom, meninas — ele começou, com um tom e tranquilo. — Vamos aos resultados.

Ele se sentou em frente a nós, olhando primeiro para mim.

— Sarah, seus exames estão ótimos. Seus níveis hormonais estão equilibrados, e você tem uma boa chance de engravidar, caso decidam tentar. Mas... — ele fez uma pausa, virando-se para Juliette.

O olhar de Juliette ficou fixo nele, um misto de curiosidade e apreensão.

— Juliette, seus níveis hormonais indicam que pode ser um pouco mais difícil para você. Não é impossível, mas a sua produção de hormônios relacionados à fertilidade está um pouco abaixo do ideal. Isso significa que, caso queiram tentar engravidar, pode ser necessário que você faça uma reposição hormonal para aumentar suas chances.

Vi os olhos de Juliette ficarem mais sérios, enquanto ela processava as informações. Ela sempre foi forte e determinada, e mesmo diante dessa notícia, eu sabia que ela estava calculando o que fazer.

— Então, eu teria que fazer um tratamento para equilibrar meus hormônios? — ela perguntou, a voz firme.

— Exatamente — o médico respondeu. — Com o tratamento adequado, suas chances aumentariam significativamente.

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