10_ Barca de cupcakes.

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| Denver, Colorado26 de Novembro, 2021Às 09h03

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| Denver, Colorado
26 de Novembro, 2021
Às 09h03.

Os domingos costumavam ser tranquilos para mim, levando em conta que eu não abria a floricultura no final de semana e tirava o resto do dia para ajudar minha mãe e minha irmã na Confeitaria. Domingos costumam ser os dias mais movimentados, sendo final de semana e folga para os que trabalham.

Naquela altura, o frio basicamente já tomava conta de tudo, mas não havia um sinal de neve. Ela poderia estar atrasada, mas sabia que a qualquer momento ela iria cair, esfriando cada parte da cidade, como normalmente.

Eu estava ansiosa para o Natal também. Os moradores sempre decoram cada mínimo lurgarzinho, com pisca-piscas para todos os lados, trenós e renas como decorações de rua, um arco de flores nas portas, árvores decoradas e a ceia na perfeita união de família. As ceias são as mais importantes para mim.

Eu, mamãe e Ária somos responsáveis pela comida, é claro. Minha mãe é responsável pelo frango e pelo macarrão, enquanto Ária fica responsável pelos biscoitos de gengibre decorativos. E eu... O bolo. Era uma tradição nossa fazer bolo de Natal, como uma homenagem ao amor dos nossos pais que foram se compartilhando entre nós, os filhos. Papai, Vicente e Ross ficam responsáveis pela decoração, fazendo uma bagunça tremenda como sempre.

Era um momento incrível para mim.

ㅡ Terminou com os cookies? ㅡ Minha mãe questionou assim voltou para cozinha, limpando sua mão no próprio avental.

ㅡ Estou terminando agora. ㅡ Afirmei, terminando de fazer o mini decoração em cima do cookie, abrindo um sorriso. ㅡ Aqui. ㅡ Entreguei a fornalha para ela, que lançou uma piscadela em minha direção antes de passar pela porta.

Deixei o saco de confeiteiro em cima da enorme bancada, puxando minha luva antes de caminhar em direção ao forno. Puxei a fornalha de cupcakes com sabores diferentes, o colocando ali em cima para esfriar e então decorá-los.

ㅡ Já começou sem mim? ㅡ Ária me questionou assim que entrou pela porta dos fundos, segurando uma caixa que parecia ser das frutas. Logo atrás dela surgiu os entregadores, carregando outras caixas. ㅡ As frutas chegaram!

ㅡ Ah, finalmente! ㅡ Grunhi de alívio, correndo em direção até um dos entregadores e puxando uma das caixas comigo. ㅡ Vou poder fazer minha torta de morango.

Sorri de animação quando peguei justamente a caixa de morangos, puxando os saquinhos e colocando-os na pia.

ㅡ Florence, já terminou com os cupcakes? ㅡ Minha mãe entrou na cozinha antes que eu continuasse o que estava fazendo, erguendo sua sobrancelha. ㅡ O que tá fazendo? Deixe isso aí, estão pedindo a barca.

ㅡ O que? Mas...

ㅡ Agora!

Soltei a caixa que estava segurando choramingando, voltando em direção a fornalha da cupcakes para decorá-los. Demorou uns longos minutos até que todos estivessem prontos, o que me fez sorri antes de passar pela porta equilibrando a barca em minha mão, notando minha mãe atendendo uma moça em frente ao balcão.

ㅡ Na mesa 6, Florence.

Concordei, segurando a barca com firmeza, começando a caminhar em direção a sessão das mesas. Estava pronta para abrir meu melhor sorriso, porém, fui surpreendida ao notar o Asafe na mesa 6 parecendo esperar. Ele usava uma camiseta de frio preta, com uma calça moletom da mesma cor, com seus cabelos castanhos um pouco bagunçados e ele batia os dedos nervosamente na mesa.

ㅡ Bom dia, Asafe. ㅡ Seu corpo estremeceu quando chamei por ele, vendo ele erguer os olhos até a mim. Foi a mesma sensação que senti quando vi ele pela primeira vez, com meu coração chegando perto da boca.

ㅡ Oi, Florence. Bom dia. ㅡ Não percebi que meu nome tinha saído como uma melodia gostosa pelos seus lábios.

ㅡ Sua barca. ㅡ Deixei em cima da mesa, ignorando meus batimentos cardíacos descontrolados. ㅡ Cadê os outros?

ㅡ Ah... Estão em casa, esperando pelo café da manhã. ㅡ Afirmou, passando os dedos pelos fios do cabelo de um jeito nervoso. Seu ato atraiu meus olhos para sua cabeça, percebendo que bagunçou ainda mais. ㅡ Estou mais que ansioso para provar os doces de sua mãe.

ㅡ Mas esses cupcakes fui eu quem fiz. ㅡ Apontei, inclinando minha cabeça para o lado ao surpreendê-lo.

ㅡ Além de florista é confeiteira também?

ㅡ Hm... Eu tenho meus talentos. ㅡ Concordei, soltando uma risada ao vê-lo sorrir. Meu Deus, quando ele sorria era ainda mais bonito. ㅡ Então... Aproveite. Depois eu quero sua avaliação.

Tentei me virar para sair de perto dele, tentando entender o que estava acontecendo comigo para me sentir daquele jeito com apenas poucos minutos de conversa.

ㅡ Espera, Florence. ㅡ Asafe levantou-se dá mesa, antes que eu me virasse, segurando a barca em mãos. ㅡ Na verdade, eu queria te perguntar uma coisa.

ㅡ Pode perguntar. ㅡ Umideci meus lábios com a língua, evitando de olhá-lo nos olhos para não ficar vermelha.

ㅡ Er... Eu estava pensando em... ㅡ Ele engoliu em seco, devidamente envergonhado, desviando seus olhos também. ㅡ O que acha de nos guiar?

Juntei minhas sobrancelhas.

ㅡ Guiar? Como assim?

ㅡ Então, como percebeu, somos novos visitantes em Denver. Nunca tivemos aqui, então achamos que seria uma boa ideia conhecer a cidade, para passar o tempo e nos enturmar. ㅡ Gesticulou enquanto explicava, tomando coragem para me olhar nos olhos. ㅡ E nada mais justo que pedir a você, né? É a única pessoa que conhecemos aqui, sem contar que é uma oportunidade para te conhecer e conhecer seus primos.

ㅡ Me conhecer? ㅡ Repeti, sentindo meu coração dar uma cambalhota dentro do meu peito ao imaginar a possibilidade de tê-lo perto.

ㅡ O Rapha e a Emma, é claro. Sãos seus primos.

Inclinei minha cabeça para o lado novamente, tentando olhá-lo melhor.

ㅡ Só o Rapha e a Emma?

ㅡ ... A Ally também.

Mordi meu lábio inferior quando percebi que aquele questionamento todo estava deixando ele tímido, como se não soubesse realmente o que pretendia dizer. E eu já tinha percebido que ele também queria.

ㅡ Tudo bem. ㅡ Concordei, por fim, soltando uma risada baixa ao vê-lo encolher os ombros de alívio. ㅡ Eu vou falar com os outros, mas já é definitivo. Eu com adorar passear com você.

Asafe ergueu às sobrancelhas de um jeito surpreso.

ㅡ Com vocês, é claro. ㅡ Corrigi-me de um jeito rápido, balançando minha cabeça negativamente. ㅡ Posso pegar seu número?

Asafe arregalou os olhos.

ㅡ O que?

ㅡ Seu número, ué. ㅡ Mordi minha língua para não rir da sua expressão de surpresa, puxando meu telefone dentro do bolso da minha calça jeans. ㅡ Assim você fala comigo quando resolver as coisas com o Rapha. Tudo bem?

ㅡ Uhum... Tudo. ㅡ Asafe pegou o telefone da minha mão, o que me fez perceber seus dedos trêmulos, o que me fez soltar um riso baixinho.

Eu tinha deixado ele sem palavras e, consequentemente, nervoso. Então aquele era um bom sinal.

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Coração Rebelde | Vol.3Onde histórias criam vida. Descubra agora