Dança das Emoções

lembranças

Valentina e Luiza estavam em um momento que parecia suspenso no tempo, os corpos pressionados um contra o outro, ofegantes, após um beijo intenso e carregado de urgência. O ar ao redor parecia eletrificado, denso com o desejo que ambas estavam segurando por tempo demais. Quando seus lábios finalmente se separaram, Luiza respirava profundamente, o olhar fixo nos olhos de Valentina, que ainda sentia o calor do beijo pulsar em seus lábios.

— Eu lembrei, Valen! — Luiza disse, entre ofegos, as palavras escapando com uma mistura de surpresa e excitação.

Valentina, ainda atordoada pela intensidade do beijo e agora pelas palavras de Luiza, ficou imóvel por um segundo antes de abrir um sorriso largo, os olhos brilhando com alegria e alívio. Ela havia esperado por esse momento, pela lembrança de Luiza, mais do que qualquer outra coisa.

— É sério? — Valentina perguntou, sua voz embargada de emoção. — O que você lembrou?

Luiza sorriu, virando-se para olhar para a paisagem, talvez para tentar organizar os pensamentos, mas o sorriso travesso em seus lábios já indicava que a memória que viera à tona não era das mais inocentes.

— Do fim de semana em que te levei para conhecer meus pais... — Luiza começou, rindo de leve enquanto as imagens daquele momento invadiam sua mente. — E que nós... transamos, mesmo eles estando lá... até minhas irmãs estavam na casa! Meu Deus, que vergonha!

Valentina soltou uma gargalhada, o som cheio de diversão e carinho. A ideia de Luiza lembrando-se justo dessa situação, entre tantas outras memórias, fazia todo o sentido para Valentina, que adorava provocá-la desde sempre.

— É?! — Valentina disse, ainda rindo. — Nossa, com tanta lembrança pra voltar, foi logo pegar essa? — Seus olhos estavam cheios de malícia, e ela adorava ver Luiza sem jeito, as bochechas corando levemente.

Luiza, ainda meio corada, virou-se para Valentina, mas havia algo em seu olhar que misturava timidez com uma provocação intencional. Valentina sabia que Luiza estava se soltando mais e que isso a deixava ainda mais irresistível.

— Eu posso não lembrar de tudo... — Luiza disse, agora se aproximando perigosamente de Valentina, seus lábios pairando próximos, quase tocando, mas sem completar o beijo. — Mas o meu corpo parece que não esqueceu...

A provocação de Luiza era clara, e quando seus lábios roçaram levemente nos de Valentina, o simples contato foi suficiente para incendiar o desejo de Valentina de uma forma quase explosiva. Valentina sentiu o corpo inteiro se acender com uma onda de excitação.

— Luiza... não me provoca desse jeito — Valentina sussurrou, a voz carregada de desejo, lutando para manter o controle. — Você me deixa com uma vontade de te pegar... sem noção...

Luiza sorriu, adorando ver Valentina perdendo o controle. Ela também sentia o corpo pulsar de desejo, e as memórias que voltavam, misturadas à sensação presente, só aumentavam sua coragem.

— Ah é? — Luiza respondeu, a voz cheia de desafio e desejo. — Então vem me pegar.

Valentina parou por um momento, surpresa pela resposta audaciosa de Luiza. Mas antes que pudesse reagir, seus olhos se arregalaram ao ver Luiza começando a despir-se ali mesmo, no miradouro, sob o céu que começava a escurecer. Luiza tirava a blusa lentamente, seus movimentos intencionais, cada gesto provocando Valentina ainda mais.

— Luiza, você tá maluca? — Valentina disse, tentando manter a razão, mas sua voz traía a urgência que sentia. — Não faz isso...

Luiza sorriu, aquele sorriso travesso que Valentina tanto amava.

— Eu quero você... e agora! — Luiza respondeu, a determinação em sua voz deixando claro que não havia volta.

Foi o suficiente para quebrar qualquer resistência que Valentina pudesse ter. Ela avançou, suas mãos firmes segurando Luiza pela cintura enquanto a levantava com facilidade. Luiza envolveu as pernas ao redor da cintura de Valentina, seus corpos colados, quentes e desejosos. Valentina podia sentir o calor do corpo de Luiza contra o seu, e isso só fazia o desejo aumentar.

— Que saudades que eu tinha dessas nossas aventuras, Lu! — Valentina murmurou, a voz carregada de paixão, enquanto beijava o pescoço de Luiza, sentindo o gosto da pele dela.

Luiza riu baixinho, seu corpo respondendo imediatamente ao toque de Valentina. Ela puxou Valentina para mais perto, seus lábios colidindo em um beijo cheio de desejo, um beijo que era urgente, mas ao mesmo tempo carregado de amor.

— Cala a boca e me beija... — Luiza murmurou contra os lábios de Valentina, antes de puxá-la para mais um beijo, mais profundo, mais intenso.

O mundo ao redor desaparecia enquanto elas se entregavam uma à outra. As mãos de Valentina deslizavam pelo corpo de Luiza, explorando com desejo reprimido e carinho ao mesmo tempo. Cada toque parecia reacender algo entre elas, como se seus corpos se lembrassem de tudo que suas mentes ainda estavam tentando alcançar.

Valentina, perdida no calor do momento, pressionou Luiza contra uma parede de pedra no miradouro, seus corpos ainda entrelaçados, os lábios nunca se afastando por muito tempo. As mãos de Luiza agarravam os ombros de Valentina, puxando-a mais e mais perto, seus gemidos baixos ecoando no ar, mas abafados pelos beijos profundos.

— Eu senti tanta falta disso... — Valentina sussurrou, sem fôlego, enquanto descia beijos pelo pescoço de Luiza, sentindo a pele arrepiar sob seu toque.

Luiza, com o corpo fervendo de desejo, apenas respondeu puxando Valentina para mais perto, suas unhas arranhando levemente as costas dela.

O desejo entre elas era palpável, mas ao mesmo tempo, havia uma ternura, uma conexão profunda que ia além do simples prazer físico. Era uma mistura de reencontro, de paixão e de amor, algo que ambas sabiam que era mais forte do que qualquer obstáculo que haviam enfrentado até ali.

E ali, naquele miradouro, com a cidade ao fundo e o céu estrelado acima delas, Valentina e Luiza se entregaram uma à outra de uma maneira que só elas conheciam, como se o tempo tivesse parado, como se nada mais importasse além daquele momento, daquele toque, daquele amor que, mesmo após a amnésia, ainda estava lá, mais forte do que nunca.