41 | crepúsculo

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No crepúsculo da minha alma, o roxo da melancolia se mistura ao rosa dos sonhos não realizados.

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Enquanto observava seu irmão e cunhado irem embora, Jimin se perguntou o que tinha acontecido para eles saírem tão rápido como se tivesse roubado a obra mais cara da exposição.

Descobriu sobre a exposição dois dias antes quando viu a movimentação do salão, e quando questionou aquilo, descobriu que a exposição era de Taehyung. Ficou irritado por não ter sido convidado e nem ter sido informado que ele tinha voltado, mas depois descobriu que o garoto se escondeu desde que chegou na cidade e tinha sim mandado o convite, ele que não abriu todas as encomendas que chegaram durante a semana. Ainda estava irritado por ele ter voltado e não ter dito nada, mas quando ligou para o irmão e descobriu que nem ele estava sabendo onde o ignorante estava escondido, ele entendeu que Taehyung estava fazendo cu doce.

Estava feliz com a volta dele, e ainda mais porque seu irmão finalmente iria saber porque foi abandonado. Mas estava irritado por Taehyung não ter mandado uma mísera mensagem quando voltou.

— Jimin, vamos ver aquelas ali — Amy chamou, puxando-o pela mão enquanto apontava para quadros alguns metros à frente.

— Jimin? — Alguém o chamou, e ele reconheceu bem aquela voz.

Se virou, sem saber se sorria contente ou fazia careta.

— Eu não sabia se te abraçava ou te batia quando eu te encontrasse de novo, mas acho que vou te abraçar senão levo um tapa e vou parar lá na lua — disse impressionado com o novo corpo dele.

Aquela, definitivamente, não era o mesmo Taehyung. E pensar que um dia já foi mais forte do que ele, agora parecia algo distante demais, como se nunca tivesse acontecido.

— Deixa de ser besta, idiota — Taehyung resmungou, ganhando um abraço que ele não queria. — Não precisa de tanto chamego assim — reclamou, dando alguns tapas nas costas dele.

— Cala a boca, desgraçado — mandou, retribuindo os tapinhas. — Você sumiu e voltou um novo homem, acho que vou fazer isso também. Passa aí a receita — disse, encarando o homem dos pés à cabeça sem nem tentar disfarçar.

Taehyung apenas negou com a cabeça, vendo que cada dia que passava, ele fica ainda mais idiota. Jimin parecia o primo chato da família, o filho da tia da igreja que o pai vivia traindo. Suspirou enquanto olhava a mulher ao lado, depois sorriu para ela, estendendo a mão.

— Oi, Amy. Tudo bem?

— Tudo bem. Obrigado pelo convite, fiquei bem surpresa quando o Jay me falou.

— Jay foi basicamente o único amigo que tive na faculdade — disse, como se fosse uma explicação óbvia. — E cadê ele?

— Foi ao banheiro já tem cinco dias — disse, irritada e risonha ao mesmo tempo.

Quando aquele homem entrava no banheiro com o celular na mão, não saia de lá mais nunca.

— Não mude o foco aqui. Onde é que você tava? Vai, desembucha. — Jimin se intrometeu na conversa, fazendo Taehyung revirar os olhos enquanto dava de ombros.

— Por aí, você sabe... Andando pelo deserto, comendo calanguinho assado debaixo da terra e bebendo água no casco de um tatu — disse, ganhando uma risada de Amy e um olhar assustado de Jimin.

— Andando pelo deserto?! — perguntou impressionado, como se aquilo fosse pior que todas as outras coisas ditas.

— Uhum, eu levava os camelos nas costas pros bichinhos não se cansarem — disse sério, vendo de soslaio a mulher quase cair no chão de tanto rir enquanto Jimin percebia que estava sendo zoado.

cores são sentimentos, tysOnde histórias criam vida. Descubra agora