Capítulo 91. Silêncio Mortal

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No dia seguinte

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No dia seguinte...

Horas antes do jantar, eu estava no jardim colhendo flores para a decoração da mesa. Escolhi alguns girassóis e ramos de cicuta, lembrando da minha tia, que sempre cultivava o amor pelas plantas. Assim que entrei em casa, Maria veio ao meu encontro, com um olhar preocupado.

— Tem certeza de que não vai precisar de mim no jantar? — perguntou, hesitante.

— Não se preocupe, Maria. Vá descansar, que eu me viro bem, tá bom?

Tempos depois, eu olho para a mesa posta com perfeição. Cada detalhe foi cuidadosamente pensado. A louça de porcelana, os talheres de prata, as taças de cristal brilhando sobre a luz suave. Tudo no lugar certo. Um jantar para "reconciliação", como ela mesma diria. Mas eu sei a verdade. Hoje, tudo termina.

Respiro fundo. O aroma da comida enche o ar, mas o que mais me atrai são as duas taças que repousam lado a lado. O líquido claro dentro delas parece inofensivo. Ninguém suspeitaria. Eu, com certeza, não vou beber da taça errada. É o veneno perfeito — sem sabor, sem cheiro, e com efeito lento.

O som da campainha ecoa pela casa. Meu coração acelera por um segundo, mas logo recobro o controle. Não há espaço para hesitações. Vou até a porta, componho meu sorriso ensaiado e a abro.

Lá está ela: Raquel, tão arrumada, tentando parecer maternal, mas não consegue esconder o nervosismo nos olhos. Ela acha que hoje é o dia em que vou perdoá-la. Ingênua.

— Entre, por favor. — Digo, abrindo espaço.

— Querida, está tudo tão lindo! — diz ela, entrando e observando o ambiente, com um sorriso bobo no rosto.

— Onde está seu marido? — pergunta curiosa.

— Ele está na boate.

— Ele tem uma boate? Que interessante.

— Não sou muito fã, mas o Robson gosta, e eu respeito — digo, esboçando um leve sorriso frio.

Chegamos à cozinha. — Sente-se, mãe. — Minha voz soa calma, quase doce. — Vamos aproveitar o jantar e conversar.

Ela se senta à mesa, com uma esperança patética estampada no rosto. Eu me sento em frente, mantendo meu olhar fixo nela. Enquanto sirvo as bebidas, sinto o peso de cada movimento. Está tudo sobre meu controle.

Levanto minha taça. — Ao recomeço.

Ela sorri e faz o mesmo, erguendo sua taça, sem a menor ideia do que a espera. Seus olhos brilham com uma falsa esperança.

— Ao recomeço — ela repete, antes de levar a taça aos lábios.

Observo cada movimento, cada gole que ela toma, enquanto o veneno se espalha em seu corpo, invisível, mortal. Pouso minha taça intacta de volta na mesa e começo a jantar, mantendo a conversa leve, casual. Raquel fala sobre o passado, tentando justificar seus erros.

Amor e Desejos {Dark Romance}Onde histórias criam vida. Descubra agora