Em um mundo onde os deuses reinam supremos e as fronteiras entre o sagrado e o profano se desfazem, Jeon Jungkook, filho de um sacerdote, não acredita e sua fé é inexistente. Cético em relação à divindade que molda a vida ao seu redor, ele luta cont...
Oi, oi! Aqui estou com o primeiro capítulo dessa árdua história.
Espero que gostem, mesmo não sendo um capítulo muito extenso. Espero que desperte ainda mais a vontade de mergulhar na obra.
Deixarei algumas fotos no final da nota, tentando ilustrar algumas das cenas.
Gostaria de relembrar que esta não será uma representação fiel da antiga Grécia, nem todos os detalhes históricos serão rigorosos. Trata-se de uma obra de ficção, portanto, nenhum dos elementos deve ser levado com tamanha seriedade, e não há intenção de influenciar ninguém.
Enfim, neste capítulo, haverá uma cena de sacrifício. Se não se sentir confortável, recomendo que pule essa parte.
Desde já, boa leitura!
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"A sabedoria está em ouvir antes de falar, e ponderar antes de agir." — Atenas
Me mantenho deitado, observando atentamente a arte desenhada à minha frente, temendo que meu pai abrisse a porta e me chamasse para mais um de seus sacrifícios a qualquer deus que fosse. Era um método que, no fundo do meu coração, eu esperava que funcionasse, ao menos para me livrar de ir com ele hoje.
O silêncio do quarto era quebrado apenas pela minha respiração contida e pelo leve farfalhar das cortinas, movidas pela brisa que entrava pela janela entreaberta. Eu sabia que não poderia me esconder ali para sempre. O ritual sempre vinha, implacável, e meu pai jamais se atrasava. Fechei os olhos por um momento, tentando me desligar da ansiedade crescente.
A porta rangeu de leve. Meu coração deu um salto, mas nenhum som de passos se seguiu. Talvez fosse o vento, ou uma distração temporária que me ganharia mais alguns minutos de paz. No fundo, eu sabia que fugir não era uma opção, mas o pensamento de desobedecer meu pai, ainda que brevemente, me dava uma estranha sensação de poder, como se por um momento eu estivesse no controle.
Ouvi vozes baixas do lado de fora, murmúrios entre os outros sacerdotes que se reuniam para o sacrifício. - Hoje é o dia em que tudo pode mudar, precisamos de resposta , disse um deles. Algo no tom deles me fez estremecer.
Me virei na cama e encarei o teto. Minha mente tentava afastar a imagem do altar, das oferendas e dos olhares fixos da multidão enquanto meu pai proclamava em nome de deuses nos quais eu não acreditava. O peso daquelas cerimônias se tornava maior a cada dia, e o vazio que sentia ao final de cada uma só reforçava minha descrença.
E a porta, mais uma vez, rangeu. Com ela, os passos no quarto se tornaram audíveis. Encarei meu pai, vestido com uma túnica branca, símbolo de pureza e proximidade com os deuses. Ela era feita de linho, com um himation em tons claros enrolado ao redor de seu corpo, uma guirlanda de folhas de oliveira adornava sua cabeça, e seus pés estavam descalços.
