28' Adeus? Não. Até algum dia.

63 6 0
                                    

#STILLINTOYOU

[KIM DAHYUN]

Momo é quem fala com a recepcionista quando chegamos. E também foi ela que me afasta quando estou quase aos berros com a enfermeira, que nos diz que não podem dar informações para qualquer pessoa.

Quem ela pensa que é? Eu não sou qualquer pessoa. Eu sou a irmã dele. Mas ela não parece saber disso.

Depois de muita insistência a infermeira nos leva até o seu quarto.

— Myung. Myung! — digo assim que vejo seu corpo fraco sobre a cama de hospital.

Ele entreabre os olhos, mas volta a fechá-los. Deus, como ele está pálido. Será que estava pálido assim durante a manhã toda? E o coração dele está disparado. Consigo sentir as mãos geladas. Pego uma delas e esfrego entre as minhas.

— Me desculpa. Foi tudo culpa minha.— digo

—Dahyun.

— Se eu tivesse levado isso a sério ele não teria feito isso e-

— Dahyun! Isso não foi culpa sua.— minha mãe diz ao meu lado. — Eu devia ter escondido isso por mais algum tempo. Eu não esperava que a reação de vocês fossem tão ruim assim. Eu achava que vocês ficaram felizes por mim.

Como eu pude ser uma idiota? Como eu pude viver na ignorância por todo esse tempo?

Eu estava tão focada na minha raiva que nem pensei na felicidade que a minha mãe está sentindo nesse momento. Depois de anos a vida dela finalmente possui um sentido. Como se ela tivesse achado uma direção para seguir.

Ela tem estado tão feliz com o seu noivado e agora o bebê. Feliz como nunca esteve com o meu pai.

— Eu-

A minha ideia era pedir desculpas mas não depois que a mesma infermeira de antes nos interromper para levar Myung para fazer exames. Mal percebo quando Momo toma uma de minhas mãos e me arrasta para fora do quarto de hospital.

É ela quem me leva até uma cadeira na sala de espera, e segura meu rosto e promete que vai ficar tudo bem.

Não tem como ela saber, penso, mas ela fala com tanta segurança que quase, quase mesmo acredito.

— Vou descobrir o que está acontecendo. — diz Momo, que eu nem havia percebido que ainda estava alí. Dez minutos depois, ela volta com um descafeinado, um bolinho de arroz e a lista de exame de Myung.

— Eles estão fazendo exames. Não devem demorar.

— Como você conseguiu? — pergunto, com a voz rouca.

— Uma das médicas daqui foi muito amiga dos meus pais.— diz Momo. — Ela falou que nós podemos esperar mais perto de onde o Myung está até terminarem os exames.

Nunca me senti tão imprestável, nem tão grata por não estar no comando. Não sei se dependesse de mim eu conseguiria descobrir algo.

— Obrigada. — Minha voz sai como um sussuro. Momo empurra o bolinho na minha direção.

— Coma.

— Eu estou bem.

— Hyun...

Não sei como um simples apelido pode amolecer todo o meu coração e fazer meu corpo relaxar. Já havia esquecido o quão boa era a sensação do meu apelido escorrendo para fora de seus lábios.

— Tudo bem. — e essa é a única coisa que consigo dizer sem que eu gagueje completamente.

Com um movimento rápido tomo o bolinho de arroz de suas mãos dando uma leve mordida. Havia me esquecido o quão ruim era comidas de hospital.

Still Into You Onde histórias criam vida. Descubra agora