12.

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POV Rora

Eu me sentia nervosa enquanto caminhávamos para fora da empresa. Era uma mistura de ansiedade e expectativa, mas também uma sensação estranhamente tranquila, como se estar ao lado de Asa fosse algo que eu tinha esperado por tanto tempo que agora parecia simplesmente... certo. O jantar que havíamos planejado na verdade era apenas uma desculpa para passarmos mais tempo juntas, sem a pressão do trabalho ou da vigilância constante dos outros. Apenas nós duas.

Conforme nos aproximávamos do carro, eu me lembrei da segurança. Desde que Asa era responsável pela empresa, sempre havia seguranças à nossa volta, prontos para garantir nossa proteção, especialmente depois de tudo o que tinha acontecido recentemente.

— Então... você quer que os seguranças venham com a gente no mesmo carro ou sigam atrás? — perguntei, tentando soar casual, mas sabendo que a situação tinha uma gravidade em si.

Asa parou por um momento, seus olhos escuros encontrando os meus. Um sorriso brincalhão se formou em seus lábios, e ela balançou a cabeça levemente.

— Vamos do meu jeito.

Antes que eu pudesse entender o que ela queria dizer, senti a mão de Asa deslizar pela minha cintura. Seu toque era firme, mas gentil, e de repente, o mundo ao nosso redor desapareceu.

Foi como se o chão fosse arrancado debaixo dos meus pés e eu estivesse caindo sem cair. Minha visão embaçou por um segundo, como se tudo ao nosso redor estivesse se misturando em um redemoinho de cores. O ar ficou mais leve, quase sem substância, e senti uma leve pressão nos ouvidos, como se estivéssemos nos movendo rápido demais para que o som pudesse nos alcançar.

Meu coração disparou. Não por medo, mas por algo diferente... uma emoção intensa e desconhecida. Estar tão perto de Asa, sendo guiada por ela em uma experiência que só ela poderia proporcionar, fez algo em mim se acender. Era como se, naquele momento, estivesse vendo outro lado dela. O lado que não era apenas a executiva séria, ou a heroína corajosa. Era algo mais íntimo, quase secreto. Algo que só eu estava experimentando.

E então, de repente, a sensação de vertigem desapareceu, e o mundo voltou a se estabilizar ao nosso redor. Estávamos de pé em uma rua calma, não muito longe da entrada de um restaurante charmoso, com luzes suaves brilhando do lado de dentro. Meus pés tocaram o chão, mas meu coração ainda estava em outro lugar, batendo acelerado pela experiência.

— Uau... — soltei, sem conseguir segurar a palavra. Olhei para Asa, ainda processando o que havia acabado de acontecer. — Isso foi... incrível.

Asa sorriu, um brilho travesso nos olhos. — Teleportar pode ser bem prático... e divertido, se você souber como usar.

Eu ainda sentia o calor de sua mão na minha cintura, o resquício de algo mais do que apenas uma viagem rápida. Havia uma conexão entre nós, uma eletricidade que fazia meu corpo inteiro vibrar. Não era apenas o teleporte, era Asa. Era o jeito como ela fazia com que eu me sentisse segura e ao mesmo tempo vulnerável, como se estivesse me levando para um lugar que eu nunca tinha estado antes, mas que eu queria explorar com ela.

— Você realmente sabe como tornar uma noite especial, hein? — comentei, tentando disfarçar o quanto o toque dela ainda reverberava em mim.

Asa deu de ombros, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo. — Gosto de fazer as coisas de forma... diferente.

Enquanto caminhávamos em direção ao restaurante, percebi que nada nessa noite seria "comum" ou "normal". Com Asa, tudo parecia ter um toque de magia, algo que só ela podia proporcionar. E eu estava ansiosa para ver onde mais essa noite nos levaria.

Whispers of Reality │RORASA.Onde histórias criam vida. Descubra agora