Capítulo - 34 - Caça

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Novamente o deus se vê em outra lembrança, aquela de tempos atrás. Anhangá estava na Terra novamente, o deus se via dentro de uma grande árvore oca, o mesmo estava dentro da mesma, no centro dela com alguns desenhos de círculos com padrões estranhos, e ao seu lado estava Tupã, que falava:

- Oi irmão... Você tem certeza que não quer que eu tente no lugar? - Tupã se arrepende da decisão de Anhangá, e o mesmo responde.

- Não se preocupa, sério, eu vou ficar bem.

- E se você perder as memórias?

- Daí você me conta tudo.

- E se v-você morrer no processo?

- Então você ficará no meu lugar, e ensinará esse novo ser.

- E-eu... Não sei se vou conseguir.

- Você é o mais forte entre nós, tenho certeza que vai, e precisamos de alguém forte para proteger a Terra enquanto o ritual acontece. - Anhangá, relutante, tenta confortar seu irmão em lagrimas. - Nós mostraremos o valor da vida para os deuses, a fé dos seres vivos os manterão vivos para sempre.

- ... - Tupã fica de cabeça baixa, enquanto fala. - Até depois então, irmão. - O deus dos raios olha para seu irmão com uma face determinada.

- Até... - Anhangá dá um sorriso gentil, enquanto vê seu irmão se afastando do local. - Então vamos começar.

Com o tempo passando, o ritual se iniciava, levando alguns dias para começar a fazer efeito, produzindo uma grande luz, e emitindo um sinal de mana estrondoso, chamando atenção de vários seres, inclusive dos anjos, que novamente voltam para a Terra, e eles vão diretamente para Tupã, que estava esperando os mesmos com seu machado no chão, apoiando seus braços nele.

- Então vai começar? - Tupã pergunta ao anjo, que responde:

- Sim, infelizmente nossos esforços no conselho foram em vão, e um grupo de extermínio se dirigirá para a Terra através da Bifrost. - O mesmo anjo comandante de antes retorna, e avisa Tupã, com uma expressão relutante. - E agora o que nos resta é ganhar tempo contra eles, sabemos que todo o suporte que eles proporcionam a Terra vai acabar, isto é, eles não irão mais manter o poder para o Sol ficar aceso, os mares vão ficar instáveis, e muitos desastres naturais vão ocorrer por causa disso, uma grande batalha está para começar.

- E onde nós entramos nisso? - Tupã questiona o anjo, que pede.

- Eu peço que alguns de vocês usem seus poderes para manter as coisas do planeta funcionando, até que a batalha termine.

- M-mas vocês não vão conseguir vencer tod- - Tupã avisa o anjo, que responde:

- Temos que tentar, e de qualquer jeito não temos muitas opções, até porque se lutarmos todos juntos, sem cuidar do planeta, os seres vivos morrerão, isso seria a mesma coisa que perder a luta... - O anjo fica de cabeça baixa. - Então vamos manter apenas o básico em ordem, e os deuses de vocês "não muito necessários" para a Terra, venham conosco. Você deverá guardar o seu amigo, caso algo aconteça com a gente. - O anjo abre um portal. -Só para lhe avisar, estou apenas com metade do meu exército, não consigo garantir nada.

-Tudo bem, nós estamos aqui porque queremos, vamos proteger a vida até o fim. - O deus, com um olhar determinado afirma para o anjo, que sorri.

- Chegarei em um ou dois dias, vocês tem esse tempo para se organizar, e alias, destruam a Bifrost da Terra, isso lhes dará um pouco de tempo. - O anjo entra no portal, olhando para trás. - Fiquem atentos, e sejam rápidos.

- ... - Tupã fica parado enquanto o anjo sai do local, o deus dos raios lança um sinal para os outros deuses que estavam na Terra, juntando todos de seu panteão Tupã explica o plano, os outros deuses concordam, e assim, Guaraci ficou alimentando o Sol, Iara nivelou os mares, mas Tupã, que deveria cuidar das tempestades, ficou estático na frente da árvore que Anhangá residia, enquanto pensava consigo mesmo: - Sinto muito, mas tenho que proteger meu amigo acima de tudo..." - Os outros deuses que não eram necessários para manter a vida na Terra foram batalhar junto dos anjos.

Ragnarok - A guerra do quinto solOnde histórias criam vida. Descubra agora