O caçador e a presa

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Vallentine

Eu mal conseguia acompanhar Damien enquanto ele avançava pela casa com passos firmes.

A adrenalina fazia minhas pernas tremerem, mas de uma forma diferente do que senti há poucos minutos, quando estávamos quase...enfim. Agora, era o medo, o instinto de sobrevivência falando mais alto.

As palavras dele ecoavam na minha cabeça.

"Estão vindo por você"

Eu sabia que havia uma caçada, que aqueles homens me queriam de volta, mas a urgência na voz de Damien indicava algo maior. Eu não estava só fugindo deles...eles não queriam só a mim. Queriam....

Damien

Ele me empurrou para dentro de um quarto no andar inferior, e assim que entramos, trancou a porta. A sala estava repleta de monitores, armas e papéis espalhados por toda parte.
Era um tipo de bunker improvisado.

- Precisamos agir rápido! –  disse sem me olhar, enquanto pegava uma arma na parede. – Eles não vão esperar. E se nos acharem, vai ser o fim para você. E para mim. –

Eu estava certa.

– Para você? O que você tem a ver com isso? –  Eu perguntei, tentando entender o que estava acontecendo, mas a resposta de Damien foi um olhar cortante. Ele veio para perto de mim e agarrou meu braço com força.

– Você acha que eles te caçam só por você?! Você é apenas uma parte do esquema, Vallentine. E, agora, me envolveu nisso. – aperta com tanta força que acabou gemendo de dor.

Eu queria pedir para que ele me soltasse, exigir explicações, mas o som de algo se movendo do lado de fora da casa me calou. Minhas palavras ficaram presas na garganta enquanto o pânico tomava conta.

Damien

Vallentine me encarava com medo, ela não tinha ideia do que estava acontecendo. Mas isso era bom. Manter o controle das informações era essencial, e ela só precisava saber o necessário para continuar viva. O resto... bom, o resto ela descobriria no tempo, certo.

Larguei o braço dela, e peguei uma arma e joguei uma para ela também. Que olhou para a pistola com os olhos arregalados.

- Pegue! – ordenei. –Você vai precisar

- Eu não sei usar isso, – a sua voz estava tremendo, seu medo a impedia de avançar, mas não tínhamos tempo para isso.

- Aperte o gatilho quando precisar. Não é difícil – retruquei friamente, ela precisava entender que não tinha escolha.

O som de vidros quebrando no andar de cima nos alertou de que eles estavam aqui.

Maldição.

Eles chegaram rápido. Vallentine estava paralisada, segurando a arma como se fosse algo tóxico. Eu não podia perder tempo.

Será que essa mulher não entende!

- Pega essa merda de arma e segue minhas ordens, ou você vai morre aqui! Entendeu?! –  falei, aproximando-me e segurando o rosto dela com força, forçando-a a me encarar – Entendeu?! – Dou um aperto em seus maxilar.

Ela assentiu, tremendo, mas algo em seus olhos mostrava que o medo estava se transformando em outra coisa. Um fogo. Talvez ela não fosse tão fraca.

Vallentine

Eu queria dizer que não era uma assassina, que não sabia atirar.

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