42 | pôr do sol

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As cores do pôr do sol agora dançavam em nossos olhares entrelaçados.

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Quase uma hora antes do horário marcado, ele se sentou no sofá e suspirou ansioso.

Taehyung estava pronto para o café da tarde, mas sentia que faltava algo, apesar de terem marcado o endereço e o horário certinho de se encontrarem, ainda assim faltava algo. Ele estava ansioso, e nem conseguia disfarçar. Não teve nem tempo de comemorar a venda de suas obras, porque a única coisa que ocupava sua mente e coração eram dois homens que estavam lhe dando uma chance.

Uma chance de se explicar; ainda assim, uma chance.

Ele suspirou novamente, encarando o relógio de ponteiro preso à parede, como se fosse uma cobra peçonhenta. Aquela ansiedade era quase a mesma do dia anterior, só mudava que, ontem, ele quase desmaiou duas vezes. Uma antes de encontrar os homens, e uma vez enquanto conversava com eles. Pelo menos agora, sentia que conseguiria suportar aquela tarde. Queria correr para o Laguna's e abraçá-los, se aconchegar nos braços grandes e fazer de lá sua morada, de onde nunca mais sairia. Ali, ele tinha tudo de que precisava para viver: dois homens que, ele esperava com todas as forças, ainda o amavam. O resto era só frescura biológica. E, mesmo que eles não o amassem mais, ele estava disposto a lutar por aquele amor que nunca havia sentido antes.

Só bastava eles quererem o mesmo, e era justamente aquela dúvida que o fazia querer arrancar os cabelos de tanto nervosismo.

Ele suspirou mais uma vez e resolveu mexer no celular, tentando fazer o tempo passar mais rápido, sem ficar olhando a hora a cada dez segundos. Passou os olhos pelas mensagens de Jimin, que ameaçava fazê-lo voltar à galeria. Logo depois, vinham as mensagens de Jungkook, avisando que tinha chegado em Nova York e que ia se preparar para o começo das provas. Ele ainda não tinha dado notícias desde então, mas, levando em consideração o fuso horário, seu irmão provavelmente ainda estava no meio da prova. No entanto, abaixo dessas mensagens, havia uma de um número desconhecido, alegando ser sua mãe, dizendo que realmente estava grávida de uma menina.

Ter uma irmã, naquela altura do campeonato, parecia loucura para Taehyung. Nunca pensou que teria mais alguém além de Jungkook na vida para fazer raiva e, ainda assim, ser amado a ponto de dar sua própria vida, especialmente por ela ser filha de quem era. Quando soube que sua mãe estava grávida, esperou que ela dissesse que a criança era fruto de um caso que teve após a morte do marido ou que ela havia traído o homem enquanto ele ainda estava vivo. Mas nunca esperou que fosse filha daquele demônio. A única coisa boa nessa história toda era que seu pai tinha ido embora para nunca mais voltar. Assim, sua pequena e inocente irmã não seria afetada por aquele homem como ele e seus irmãos foram.

Essa era a única coisa boa daquela notícia.

Jungkook ainda não sabia que seria irmão mais velho, e Taehyung não planejava contar isso por agora. Iria esperar até que ele voltasse definitivamente para casa. A menina ainda estava sendo gerada, então não havia pressa. Conhecia bem o irmão e sabia que ele ficaria nervoso e ansioso demais para voltar, e ele precisava estar cem por cento focado no que estava fazendo, já que havia sacrificado coisas importantes para chegar onde estava. Taehyung não sabia se estava fazendo a coisa certa, e se conversasse com um terapeuta, provavelmente seria aconselhado a dar a notícia ao irmão. Mas ele decidiu ignorar aquela pontinha de consciência que insistia em sua cabeça.

De qualquer forma, estava feliz com a notícia. Era bom ter mais um novo membro naquela família disfuncional, mas que funcionava bem ao lado dos irmãos.

Quando viu a mensagem de Jay, precisou revirar os olhos, mas sorriu de leve. O garoto havia enviado uma mensagem falando sobre formar um trisal com ele e Amy. Aparentemente, o relacionamento aberto deles havia evoluído, e agora eles estavam se encontrando juntos com outra pessoa. Taehyung até gostou da ideia de não ficarem com outras pessoas separadamente, mas sim juntos. Se não estivesse envolvido com outras pessoas, poderia até considerar, apesar daquela equação envolver uma mulher. Sua resposta foi que estava comprometido e, por isso, teria que recusar. Ele não estava comprometido de verdade, mas esperava que, em poucos minutos, estivesse.

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