Quem acreditaria em Michael Wheeler se ele dissesse que o seu primeiro amor foi alguém que ele não podia ver, nem tocar?
Como um fantasma?
Qualquer um sentiria medo de comungar com um fantasma. A palavra por si é automaticamente ligada ao sombrio, a...
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|29 de novembro de 1984|
"Mike, na escuta?"
Em poucos dias faria um ano desde a semana mais maluca da vida de Michael Wheeler. E, honestamente, ele poderia ter tido uma reação pior.
Naquele momento, o não mais tão pequeno Wheeler estava esgotando as baterias do seu famoso supercon na procura incansável por quem morava lá. Mas é claro. Tudo não passou de tentativas sem sinais de sucesso.
"Oi. Na escuta." O rapazinho respondeu os chamados do amigo depois respirar fundo. "O que você tá fazendo nesse canal de novo?" O garoto questionou do outro lado parecendo confuso. "Nada." Mentiu. Ele não queria parecer emocionante frágil como ele realmente era.
"Tá bem. Eu e o Lucas temos seis dólares no total. Qual o seu saque?" "Merda!" O rapaz resmungou após finalmente lembrar do compromisso que tinha. "E-eu não sei ainda." "Como assim você não sabe ainda?" Dustin pareceu indignado do outro lado, talvez porque ultimamente ele vinha andado bem esquecido. "Eu vou resolver. Liga pro Will."
Assim, o garoto desligou o walkie-talkie cogitando a ideia que ele sabia que o traria problemas futuros. Ele invadiu o quarto da sua irmã mais velha e deixou a porta encostada para que não fosse visto. Então começou a xeretar todo o quarto dela atrás de resquícios de moedas. Depois de encontrar um sutiã usado e quase vomitar na primeira gaveta dela, finalmente achou o famoso cofre de pouquinho cheio de moedas que ele sabia que ela juntava.
O garoto retirou a rosca e começou a balançar para tirar moedas o suficiente para o compromisso.
"O que você tá fazendo?" Ele tomou um susto ao ouvir a voz brava da dona do cofrinho e olhou para a porta nervoso onde ela estava parada. "Eu vou devolver." Prometeu agindo rapidamente ao pegar as moedas que conseguiu tirar e as enfiando no bolso do casaco, depois correu até a porta e passou por ela antes mesmo dela raciocinar que estava sendo roubada.
"Mike!" Ouviu o berro irritado dela atrás seguidos de passos tão rápidos quantos os seus. Ela estava na razão de ficar irritada e seria nada mais que justo se ela o desse umas cacetadas quando o alcançasse já que levou muito tempo e esforço para que ela as possuísse, mas ele precisava das moedas que roubou pois não queria chegar de mãos vazias e luxar nas mãos dos amigos.
Os dois desceram as escadas correndo tentando não tropeçar e se acidentar, mas por sorte do menino ele conseguiu fazer sem ser pego. "Rapazinhos, sem correr dentro de casa!" Teddy foi completamente ignorado quando seus filhos mais velhos passaram por ele, sua esposa e sua caçula em alta velocidade. "Ei, o que tá acontecendo?!"
A correria chegou ao fim quando o mais novo conseguiu subir em cima da sua bicicleta e pedalou rápido em direção ao fim da rua. E ela não teve opção a não ser deixar ele ir embora afinal não alcançaria ele nem correndo. "Seu babaca!"
