Capítulo 2

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Dylan

O amor que nutro por Charlotte é inabalável, e por isso passei dias pressionando a mulher até que a verdade emergisse, pois é inconcebível trair a pessoa que me ressuscitou.

"Ela buscava vingar-se de sua ex-esposa, e nos fez usar um perfume, instruindo-nos a buscar ajuda de vocês."

"Quem é essa mulher?"

"A esposa do líder."

Ao descobrir que fomos manipulados por alguém que não conseguiu deixar o passado para trás e que, por causa dela, Charlotte se foi para sempre, a raiva consumiu-me. Comuniquei-me com Dion e fomos procurar Nikolas, mas a esposa dele negou tudo, jurando pela vida do filho, e o infeliz acreditou nela.

"Vocês deveriam ser mais homens e reconhecer seus erros."

Se não fosse Dion para me conter, eu teria desferido um golpe fatal naquele desgrenhado.

Dion desejava contar a verdade a Charlotte, mas nada que disséssemos a faria crer.

Uma simples loção afrodisíaca foi a responsável por todo esse tormento; nem eu mesmo acreditaria se estivesse em seu lugar.

E semanas depois, o verdadeiro inferno começou: a mulher apareceu proclamando que esta grávida e insistiu que eu assumisse a responsabilidade. Ela até sugeriu ser minha esposa.

Posso até reconhecer essa criança, mas jamais concederei àquela mulher o lugar de Charlotte.

Os três meses longe de Charlotte foram um pesadelo absoluto, e tudo piorou ao perceber que ela havia transformado Samuel em um super-humano, seu corpo agora musculoso e suas feições amadurecidas.

Minha mente atormentada criou as piores fantasias apenas para me torturar.

Mas aliviei-me ao ouvir Samuel relatar como Charlotte tem passado nesse período. Fiquei preocupado ao perceber que ela está se destruindo aos poucos.

***

Hoje deveria estar desfrutando da companhia do meu filho, mas a mulher apareceu novamente, insistindo na mesma ladainha que me deixou enfurecido. Ignoro completamente sua presença e levo Aaron para o quarto, colocando-o deitado na cama. De repente, batem à porta e meu coração acelera ao reconhecer a voz de Charlotte.

Ao retornar à sala, vejo as duas quase se agredindo e faço com que a mulher se retire, mesmo ela tendo a cara de pau de insinuar que Charlotte achou que eu a aceitei como esposa.

Minha esperança floresce ao imaginar que Charlotte está aqui para nos perdoar, mas isso se desmorona quando ela anuncia que vai embora.

O tal Gilbert veio buscá-la.

Não posso permitir que ela se vá com ele, e ainda por cima, leve nosso filho. Isso não ocorrerá.

Iniciamos uma discussão e despejo meus medos e incertezas sobre ela, e Charlotte revida com a mesma intensidade. Percebo que nada mudará sua decisão, e a ameaço, dizendo que farei nosso filho a odiar por abandoná-lo.

"Faça isso e eu amarei arrancar o bebê da barriga daquela infeliz na sua frente."

"Você acha que me importo com ela ou com o bebê?" - Dou uma risada - "Você apenas estará se livrando de uma responsabilidade que eu nunca pedi nem quero," - inclino-me para ficar em sua altura. - "Eu estarei livre e nosso filho passará a te odiar," - murmuro próximo ao seu ouvido, segurando seus cabelos.

"Um lado seu que eu não conhecia. Você se sentiu enganado por eu recuperar minhas memórias, mas quem estava sendo enganada o tempo todo era eu," - me encara. - "Você é um verdadeiro demônio."

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