NOVEMBRO

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•• EU, VOCÊ e o que não dizemos! ••
Quando os olhos falam, as palavras silenciam.
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"Você sempre foi melhor em se esconder. Até aí eu sempre fui melhor em achar você!" PETER PAN

Lisa estava animada pelo final de semana, ela havia ganhado passes para o parque e contou os dias daquela semana interminável como se fossem os últimos na terra.

- Amiga, vamos por favor, vai ser tão legal! - ela implora - Alex me ajuda aqui por favor.

- Não sei, não estou no clima. - comento desanimada.

- O que? Justo você que me coloca nas maiores enrascadas, vai negar um momento de diversão apenas porque não é ilegal? - eu rio do seu melodrama.

Enquanto eu estava envolvida com os meus pequenos contratempos, eu, meu pai e Donavan, Lisa e Alex se aproximaram significativamente, fazer do tudo juntos, mesmo não sendo da mesma turma. Eles almoçavam juntos, estudavam juntos na biblioteca, iam juntos a lanchonete e ao cinema, às vezes eu me sentia sobrando no meio deles. Ela não queria admitir mas estava balançada por ele, e Alex... Bem ele era tímido, mas visivelmente estava na dela.

- Alex, podemos ir nos brinquedos mais radicais, e por último nas feirinhas de prêmios.

- Isso! Não podemos esquecer as barraquinhas de comida, algodão doce, maçã do amor... - nesse instante eles se olham e Alex engole seco.

Estava confirmado, minha presença era meramente ilustrativa, eu realmente sobrava entre eles.

- Amiga, não adianta fazer essa cara, você vai com a gente. - ela entrelaça nossos braços e deixamos a escola.

(***)

No parque de diversões, a atmosfera era pura euforia, e eu tentava aproveitar o momento, mesmo que nem todos estivessem com o mesmo ânimo.
Quando Donavan me viu saindo pela porta ele nem ao menos perguntou se poderia vir junto, apenas se auto convidou, dei de ombros.
Mas agora estando aqui acho que ele estava começando a se arrepender, enquanto tentava manter a postura de "cara legal e descolado", quase implorava para não entrar no brinquedo de queda livre, mas eu não podia perdia a chance de provocá-lo.

- Qual é, valentão, vai deixar o medo vencer? - disse, piscando um olho.

No fundo, estava adorando ver Donavan hesitar um pouco. Ele, claro, não podia dar o braço a torcer, então entrou no brinquedo tentando manter a compostura, mas todos ouviram o grito estridente que saiu dele na queda.

Encontramos Ruan com um grupo de amigos da faculdade, ele como sempre rindo de tudo, tirou uma foto do exato momento em que Donavan estava de olhos fechados, o rosto deformado pela força da descida.

- Essa vai ser a nova capa do seu perfil, Donavan. - disse ele, gargalhando.

Alex e Lisa, que eram mais do time das montanhas-russas radicais, só esperavam a próxima oportunidade de ne arrastar para mais um loop insano. Eu tentava parecer desinteressada, bufava de cansaço, mas no fundo adorava aquele caos, o coração disparado pela adrenalina, a sensação de pavor, tudo era delicioso. Lisa, sempre enérgica, me puxava pelos braços, enquanto Alex já estava na fila da próxima atração, acenando impaciente para que todos se apressassem.

Entre risadas e provocações, nos divertiamos sem parar. Em um momento mais tranquilo, Donavan tentava ganhar um ursinho de pelúcia para na barraca de tiro ao alvo, mas errava todos os disparos. Eu, com um sorriso presunçoso, tomei a arma de brinquedo e acertou de primeira, pegando o prêmio e erguendo o urso como um troféu.

EU, VOCÊ e o que não dizemos!Onde histórias criam vida. Descubra agora