Venha barganhar ou cala-se para sempre!

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JAKE

Eu odeio caçar

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Eu odeio caçar.

Exige a paciência que não tenho.

Me aprofundei na floresta perto da fronteira por ser onde mais enchia de animais selvagens durante o inverno para achar alguma coisa que servisse de refeição. Quase pensei em desistir, dar meia volta e roubar alguma barraca, até qe vi uma garota passando por mim.

Não fui visto porque eu estava escondido atrás de um tronco grosso de uma árvore. Pelas roupas, zero armamentos e forma desastrosa que andava deixando rastros, não devia ser uma caçadora.

Com cautela e por estar entediado, a segui em silêncio, apontando o arco pro baixo. Cada vez mais, nos aproximando da Muralha.

Ela vai cruzar a linha?

De repente, se escondeu em arbustos e tudo aconteceu muito rápido. Um lobo imenso, maior que qualquer um que eu já tinha visto, apareceu do completo nada. A criatura não havia nos notado e pensei em atrair a atenção da garota para que ela se afastasse, porém meu queixo quase caiu no chão assim que ela saiu do esconderijo e se colocou diante a besta de pelagem branca.

Meio escondido atrás da árvore, levantei o arco, o lobo na mira. Pronto para atirar nele caso ousasse atacar a garota.

─ Finalmente te encontrei, Andras maldito!

Estreitei os olhos, aguçando os ouvidos.

Ela 'tá falando com o bicho?

O lobo paralisou ao escutar sua voz, como se de fato a entendesse. A garota continuou insistindo em "conversar" com ele, até que a besta partiu numa velocidade incomum. Eu devia ter suspeitado pelo tamanho surreal, um feérico.

Uma Filha dos Abençoados?

Sorri de orelha a orelha, pensando em formas de tirar proveito para ter uma grana fácil.

A garota deu meia volta, se aproximando do caminho que fez. Estando próxima o suficiente, me revelei, lhe apontando uma flecha que se eu soltasse aceitaria sua testa.

─ Você... é simpatizante deles?

A observei tombar a cabeça, fazendo algumas mechas de seu cabelo preto caírem diante seus olhos amarelos, os quais ela colocou através da orelha para não nublar sua visão. Lhe avaliando da cabeça aos pés, a julguei ser familiar aos meus olhos, além de ser claramente pertencente a uma família de boa condição.

Talvez tivéssemos nos esbarrados e eu não lembro.

─ Deles quem?

─ Eu vi ─ sinalizei com a flecha para atrás de si e voltei a usá-la como alvo em potencial ─ e ouvi. Tudo.

─ Não deveria me ameaçar, moleque.

Arqueei a sobrancelha.

─ Não sou "moleque", já sou de maior!

Clare Beddor - ACOTARWhere stories live. Discover now