Capítulo 92. O Peso do Silêncio

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Assim que desligo o celular, olho para a pista de dança e grito por Samuel, que está se divertindo com as dançarinas que estão no pole dance

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Assim que desligo o celular, olho para a pista de dança e grito por Samuel, que está se divertindo com as dançarinas que estão no pole dance.

- Samuel! - Ele me olha, assustado. - Vem aqui agora, preciso falar com você.

Ele se aproxima rapidamente, já começando a se justificar:
- Não estou fazendo nada de errado, só estou me divertindo.

- Não é sobre a sua safadeza - digo, passando a mão pelo cabelo, impaciente. - Preciso da caminhonete para transportar um corpo até sua fazenda.

Samuel franze a testa, confuso:
- Que corpo? Não estou vendo nenhum aqui... e também não matamos ninguém na boate.

Dou um passo à frente, falando mais baixo:
- A Cristina acabou de me ligar. Ela acabou de matar a mãe dela.

O rosto de Samuel perde a cor por um instante, o sorriso se desfazendo. Ele me encara, tentando encontrar algum sinal de brincadeira no que estou dizendo.

- Você tá brincando, né? A Cristina? Sua esposa? - ele pergunta, sem convicção.

- Quem dera fosse uma brincadeira, Samuel - respondo, sério. Minha expressão basta para ele compreender a gravidade da situação.

Samuel olha ao redor, como se procurasse uma solução mágica no meio da boate barulhenta, luzes coloridas piscando em contraste com o clima pesado entre nós. Ele solta um suspiro profundo e balança a cabeça, resignado.

- Certo, vamos nessa. Mas... a Cristina tá bem? Onde ela tá agora?

- Ela me ligou com uma calma assustadora.

Ele assente, com a expressão agora totalmente séria. Faz um sinal para as dançarinas, indicando que está saindo, e depois se vira para mim, determinado.

- Vamos pegar a caminhonete. Temos trabalho a fazer.

No caminho, enquanto dirijo, não consigo deixar de pensar no que aconteceu. Parte de mim está chocado com Cristina ter chegado a esse ponto, mas outra parte entende a dor e a raiva que ela guarda dentro de si.

Samuel, como sempre, tenta aliviar o clima.

- Robson, estava pensando aqui...

- O que, Samuel? - respondo, um pouco impaciente.

Ele faz uma pausa dramática, abrindo um sorriso maroto.

- Acho que você vai precisar dormir com um olho aberto.

- Como assim? - pergunto, franzindo a testa.

Samuel dá de ombros, fingindo preocupação.

- Sua esposa agora sabe como se livrar de você literalmente. E, pelo jeito, aprendeu direitinho.

Apesar da tensão, não consigo segurar o riso, balançando a cabeça.

- Você não vale nada, Samuel - olho para ele rapidamente. - Nunca subestimei a Cristina. Acho que ninguém deveria. Todos temos um lado sombrio... alguns só demoram mais para despertar.

Amor e Desejos {Dark Romance}Onde histórias criam vida. Descubra agora