"Tem medo de nada
Gosta do perigo
Gosta de saber que vai me ter no escondido
Vai acabar comigo."
Carolina é uma jovem que está no segundo semestre de medicina na faculdade da USP. De personalidade forte e inteligente, sempre lutou para conquistar o...
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Carolina Pimenta 🌶️
É o meu dia. 09/09. Aniversário de dezenove anos. Já recebi várias felicitações e até mesmo o Kaíque veio aqui me parabenizar, o que prova que nosso impasse ficou para trás e foi apenas mais uma briguinha besta nossa. A festa começou mais cedo por ser uma baita segunda-feira e também por motivos de: minha família gosta de ficar a sós depois que o povo vai embora pra aproveitar melhor. A Luana bebe, o meu avô fuma e eu me entupo de picanha. Sempre foi assim, nada parece mudar. E eu me sinto verdadeiramente amada com eles ao meu lado.
A Marina e o Micael estão conversando por horas a fio, o Afonso veio aqui, ficou uma horinha e foi embora, eu nem questionei, ele provavelmente tinha que fazer algo da faculdade que eu e Mica ignoramos completamente por ser o meu dia.
– Agora eu vou colocar uma música pra gente ouvir - Levanto, tentando disfarçar a tontura que o drink que Marina fez me deu. Era algo de gin com xarope de morango. - e lembrando: se alguém reclamar, vai continuar assim, porque é meu aniversário.
Escuto as risadas enquanto procuro na playlist uma música que eu amo desde sempre. Não sei exatamente quando comecei a escutar, mas me recordo dela a vida inteira.
Assim que "Amor I Love You" começa a tocar, ouço as reclamações de Luana e Marina, enquanto meu avô sorri e diz que tenho bom gosto.
– De novo, Carolina? - Marina pergunta, fazendo uma careta engraçada ao lado de Micael, que gargalha me vendo meio alterada e dançando.
Eu sorrio enquanto me aproximo já balançando o corpo.
– Até eu vou dançar essa - Seu Zé Marcos, com toda sua debilitação, insiste em me puxar pela mão e ensaiar uma falsa valsa. - Carol, já te ensinei! É a outra mão que você me dá!
Eu gargalho da tentativa do meu vô em me ensinar a dançar e ignoro tudo que ele me diz. A graça é fazer tudo errado e rir.
– Filha, aprende, é fácil! - Ele insiste, tentando recomeçar pela segunda vez. O que não dura muito tempo, porque ele desiste e me dá um último giro antes de me soltar. - Ah, dança sozinha, é melhor e causa entretenimento para os seus convidados... eu estou velho demais!
– Vô! Não faz isso! Não desiste de mim! - Digo e seguro a risada com o copo na mão.
– Todo aniversário ela escuta a mesma música - Luana fala, esboçando um sorriso pequeno nos lábios, como quem explica minha cantoria desafinada e o ritmo descompassado pra alguém que ainda não tinha visto.
Mas todos aqui viram e me conhecem. O Micael mesmo participou no meu aniversário do ano passado e viu algo parecido, só que com outra música.
Então, eu tomo um susto. Um par de mãos me agarra pela cintura e me gira.
