O telefone tocou, quebrando o silêncio da casa. Eu estava sentada no sofá, perdida em pensamentos sobre minha avó que avia morrido a alguns dias. Atendi com um pouco de hesitação.
- Alô? - disse eu, tentando esconder a tristeza na voz.
- Oi, querida! - respondeu minha mãe, sua voz calorosa ecoando pelo telefone. - Como você está?
- Estou... bem, eu acho - murmurei, sem muita certeza.
- Eu só queria te avisar que vou voltar para a cidade na próxima semana. Precisamos nos ver e conversar sobre tudo - disse ela, um tom de preocupação na voz.
Meu coração apertou ao ouvir isso. A cidade era um lugar cheio de memórias, algumas boas, mas muitas ruins. As sombras do passado começaram a dançar em minha mente.
- Mãe... a senhora tem certeza - falei com a ansiedade crescendo dentro de mim.
- O que você quer dizer? O que há de errado? - perguntou ela, percebendo meu desconforto.
- Nada - Minha voz tremia só de lembra do que aconteceu naquela noite
Fechei os olhos por um momento, tentando me acalma. O medo de encontrar aquelas pessoas novamente era como uma sombra persistente que não me deixava em paz. As lembranças ainda estavam frescas em minha mente.
- Está bem, mãe. Eu irei com você. - respondi, sentindo medo.
Desconectei o telefone com um nó no estômago. A cidade me aguardava, cheia de memórias e velhas amizades que poderiam tanto curar quanto ferir novamente.
---Os dias passaram lentamente desde a conversa com minha mãe . A ansiedade crescia em mim como uma tempestade prestes a estourar. Cada manhã, ao acordar, sentia o peso da cidade me chamando, como um eco distante. O telefone havia quebrado o silêncio, mas agora ele era apenas um lembrete do que estava por vir.
Enquanto arrumava algumas coisas no meu quarto, encontrei uma caixa de fotos antigas. Meu coração disparou ao ver rostos conhecidos que não via há anos. Sorriso congelado de amigos da escola, aqueles momentos que pareciam tão distantes agora. Mas também havia rostos que me faziam sentir um frio na barriga, lembranças de tempos difíceis.
- Elizabeth! - chamou minha mãe da sala, trazendo-me de volta à realidade. - Você está pronta para sair?
- Quase... - respondi, tentando organizar meus pensamentos confusos.
Quando finalmente saímos de casa, o ar fresco me envolveu como um abraço reconfortante. Mas a cada passo em direção à cidade, sentia as sombras do passado se aproximarem. A lembrança dos corredores da escola, dos olhares maldosos e das palavras afiadas me seguiu como uma sombra indesejada.
O carro deslizou pelas ruas familiares e cada esquina parecia trazer uma nova lembrança à tona. O parque onde costumávamos brincar, a sorveteria onde ríamos...
Ao chegarmos à cidade, meu coração estava acelerado. A primeira parada foi na casa da minha avó. O lugar estava vazio agora, mas ainda era cheio de amor e histórias. A saudade apertou meu peito e as lágrimas ameaçaram escapar.
- Vamos entrar? - sugeriu minha mãe com um sorriso suave.
Dentro da casa, o cheiro do café ainda pairava no ar. Sentei-me no sofá onde tantos momentos felizes aconteceram e deixei as memórias fluírem. Era hora de enfrentar não apenas o passado, mas também as partes de mim mesma que estavam adormecidas por tanto tempo.
- Eu posso fazer isso - murmurei para mim mesma.
A cidade estava cheia de desafios à minha espera, mas talvez fosse hora de enfreta as sombras do passado.
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Peço desculpas por ser minha primeira vez escrevendo então não sei se está muito bom. Estou aprendendo e tentando me expressar da melhor forma possível. Agradeço a compreensão e o apoio de todos!