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As noites tornaram-se frias e intermináveis desde que dissemos adeus.
O silêncio da madrugada se estende, profundo e sufocante, Como uma coberta de gelo que se fecha sobre mim, Impedindo qualquer traço de calor, qualquer vestígio de paz. Os dias arrastam-se, tediosos, vazios, sem o calor da sua presença, Como sombras que se estendem pelo meu mundo, Engolindo cada instante de alegria, deixando-me sem forças para lutar contra a escuridão.
Meus olhos, cansados de lágrimas silenciosas, São agora dois faróis perdidos em um mar de tristeza.
Meu espírito, fadigado, perdeu a força que um dia teve, Agora sou apenas um eco do que fui quando você estava aqui, Uma sombra de mim mesma, vagando sem direção, Sem um propósito, sem uma razão para seguir em frente.
Esqueci como sorrir; a chama que ardia em mim se apagou, Apagou-se lentamente, como uma vela que se apaga diante do vento, E agora, no vazio dessa escuridão, fico perdida, Vivendo no mais profundo esquecimento, Esqueço de mim, mas não de você, Você ainda está aqui, vivo em minhas lembranças, Mas ausente na minha realidade, deixando-me sem ar, sem chão.
Como pode o amor ferir assim? Como uma lâmina afiada que corta profundamente, Deixando marcas invisíveis em minha alma, Marcas que nunca se apagarão, não importa o quanto eu tente.
Eu odeio o lado sombrio desse amor torturante, E odeio ainda mais saber que você trouxe de volta essa dor, Essa dor que eu tentei enterrar nas sombras do passado, Mas ela sempre retorna, mais feroz, mais insuportável.
Me afoguei no amor mais completo e devastador, E até agora procuro a margem desse rio traiçoeiro, Tentando escapar, mas sendo puxada cada vez mais para dentro, Onde está a luz que um dia iluminou meu caminho? Perdida, apagada pela tempestade do que fomos, E do que nunca seremos. Sinto o peso do vazio ao meu redor, Um abismo que me chama para dentro de sua escuridão, E eu sou impotente para resistir.
Cada lembrança é uma faca cravada no meu peito, Cada riso compartilhado agora é um sussurro distante, Um eco que se perde no vento, uma dor que se intensifica a cada dia.
Eu me pergunto se algum dia poderei respirar novamente, Se algum dia poderei encontrar alívio para essa pressão esmagadora. Mas a verdade é que estou presa nesta saudade insuportável, Um prisioneiro do meu próprio coração partido, E por mais que eu tente, não consigo fugir dessa cela de lembranças e dor.
