PRÓLOGO

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Prólogo


Eu tinha sete anos quando a vi pela primeira vez. Era uma festa fantasia, e eu estava ansioso para sair correndo dali, mas mãe me convenceu a ficar.

— Vai ser divertido, Ethan, você vai fazer novos amigos — ela disse, com um sorriso que só as mães oferecem.

Eu não sabia o que esperar, mas assim que entrei no quintal, tudo ao redor parou por um momento.

Foi quando a vi.

Ela estava um pouco afastada das outras crianças, vestida como uma abelha. Seus cabelos loiros brilhavam ao vento, como se fossem raios de sol flutuando, e suas bochechas eram rosadas, fofas como algodão-doce. O vestido preto e amarelo, com uma sainha rodando até os joelhos, e aquelas asinhas brancas, porém diferentes de qualquer outra pessoa ali. Eu não consigo desviar o olhar.

Fiquei tão distraído que o presente que eu segurava caiu das minhas mãos, rolando pela grama. Minha mãe, que estava logo atrás de mim, abaixou-se para pegar.

— O que foi, Ethan? Você está bem? — ela disse, com um sorriso divertido.

Eu estava com o coração acelerado, mas não sabia por quê. Olhei para ela e queria, do jeito mais sério que consegui:

— Mãe, quando a gente encontra alguém pela primeira vez e sente uma coisa estranha no coração, o que é isso?

Ela riu, pegando o presente do chão e me entregando de volta.

— Uma coisa no coração, é? Acho que pode ser uma coisa boa, Ethan... quem sabe.

Eu franzi a testa, ainda confuso.

— Mas é sério, mãe! O coração fica meio... estranho, sabe?

Ela me olhou divertida e deu de ombros.

— Talvez seja algo parecido com o que chamam de amor à primeira vista. Quem sabe, né? Mas, amor, você é muito novo para pensar nisso. Agora vamos, temos uma festa para aproveitar!

Eu dei um passo à frente, mas ainda olhei para trás, na direção da menina de abelha. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas uma coisa era certa: aquele encontro ia ficar comigo por muito tempo.

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