Capítulo 6: As Regras do Jogo

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A floresta se adensa ao meu redor enquanto sigo em direção a um clã vampírico que possa me fornecer respostas. Cada passo que dou se torna um lembrete constante de que estou em um mundo que não conheço. As sombras das árvores parecem me vigiar, e a ansiedade pulsa em meu peito.

Conforme me aproximo da pequena aldeia de vampiros, os primeiros raios da manhã começam a iluminar o céu. Um frio sutil na brisa matinal contrasta com o calor crescente da expectativa. A entrada da aldeia é um portal para um novo universo, um lugar onde as regras são diferentes e o que eu sabia sobre minha vida pode não ter mais validade.

Assim que cruzo o limiar, sou recebida por olhares curiosos. Vampiros de diferentes idades e tipos estão espalhados, mas o que me surpreende é a diversidade entre eles. Alguns possuem características que nunca vi antes — olhos em cores inusitadas e peles que brilham ao sol.

Enquanto caminho, busco por qualquer sinal de que aqui posso encontrar o que preciso. No entanto, a sensação de não pertencer a esse mundo é palpável. Fui criada para acreditar que era especial, mas agora, sem um clã, sou uma outsider.

Meus pensamentos são interrompidos por um grupo de vampiros conversando em um canto. Um deles, um homem idoso com longos cabelos brancos e um olhar penetrante, fala com autoridade. Sinto que ele é importante, talvez um líder.

— Você não pode simplesmente ignorar as leis da cúpula — ele diz, gesticulando. — Temos que seguir as tradições. Essa é a única maneira de manter a ordem.

Ouvindo isso, percebo que a cúpula é a força que mantém tudo sob controle. Eles são responsáveis por criar as leis vampirescas, e cada clã deve seguir essas regras. Mas, e se você não pertencer a um clã? O que acontece com aqueles que não têm um lar?

A curiosidade me leva a me aproximar discretamente, o suficiente para ouvir mais.

— O líder da cúpula, Lorde Alaric, é forte e agarrado às tradições — diz uma vampira ao lado do homem. — Ele não tolera rebeldes ou aqueles que desafiam a ordem estabelecida. E a última coisa que precisamos é de mais uma guerra entre clãs.

A menção a Alaric faz meu estômago se contorcer. Ele é uma figura temida, um velho vampiro com poder suficiente para destruir qualquer um que ouse desafiar sua autoridade. Esse é o tipo de vampiro que eu definitivamente não quero encontrar.

O que significa não pertencer a um clã? Sem um, sou uma pária, alguém à mercê das leis e da vontade dos outros. A ideia de ser caçada por não ter um lugar onde me encaixar é aterrorizante.

Decido me afastar discretamente do grupo, mantendo um olhar atento ao meu redor. Um vampiro jovem, de cabelos desgrenhados e um sorriso travesso, se aproxima de mim.

— Você parece perdida, amiga — ele diz, com um sotaque que revela um lugar distante. — Não é de cá, é?

— Não, não sou — respondo, hesitante.

— Então você deve estar procurando um clã — ele sugere, a curiosidade em seus olhos. — Mas já ouviu falar da cúpula?

Assenti, lembrando-me do que ouvi antes.

— Eles controlam tudo, não é? — digo, tentando entender melhor.

— Sim, mas não é tão simples assim. A cúpula cria as leis, mas as clãs também têm seus próprios modos de fazer as coisas. Alguns seguem as regras, outros não. É um jogo complicado, mas quem não pertence a um clã está sempre em desvantagem — ele explica, gesticulando animadamente.

O jovem vampiro continua, me explicando as nuances do mundo em que me encontro. Ele fala sobre alianças e rivalidades, sobre como os clãs frequentemente desafiavam a cúpula, e como aqueles que não pertencem a um clã eram considerados frágeis e sem valor.

Beijo de VeludoOnde histórias criam vida. Descubra agora