Ah, o Halloween! Uma das épocas mais esperadas por todos, mas principalmente pelas crianças, afinal, que boa criaturinha jovem não gosta de um pouco de açúcar?
As abóboras esculpidas estavam nas entradas das maiorias das residências junto com alguma placa escrita "Happy Halloween!"
Por cerca das cinco da tarde, já podia se ver pela janela um amontoado de pessoas fantasiadas batendo de porta em porta pedindo doces.
É claro que uma parte da população local insistia em dizer que aquilo era algo do demônio! Uma festa pagã ou qualquer coisa assim.
Holly não achava ser uma festa pagã e, honestamente, ela pouco se importava, odiava qualquer feriado, com exceção do ano novo.
Mas era certo que havia se tornado tradição assistir filmes de terror. Aquela era sua única diversão durante a época que considerava monótona.
Suas mãos correm até o manípulo do fogão, apagando as chamas rapidamente. A fumaça que se projetava da panela podia significar uma coisa: ela havia queimado a pipoca pela milésima vez.
A mulher não era especialista na cozinha, mas esperava que pelo menos conseguisse fazer uma pipoca.
Parece que terei que comer carvão junto de um bom filme, pensou.
Ela escuta o barulho da campainha, provavelmente era seu namorado ou a garotada pedindo chocolate.
Já se preparou, pegando um pacote de balas e outro de pirulito. Apesar de achar o Halloween uma besteira, ela não queria acordar no dia seguinte com sua casa cheia de ovos e papel higiênico.
Caminhou até a porta e a abriu apresentando dois gêmeos fantasiados de múmias.
— Doces ou travessuras? — Perguntaram estendendo os sacos já com algumas guloseimas.
— Uau! Essas são ótimas fantasias — Disse pegando um pouco de bala e pirulito e depositando dentro dos sacos das crianças, que saíram risonhas e felizes.
Assim que as crianças saíram, revelaram atrás de si uma figura alta com uma máscara do ghostface.
— Nossa, muito original, Pierre — Ironizou.
Seu namorado tirou a máscara, apresentando seus fios loiros. Pierre abriu os braços e se aproximou de Holly, a envolvendo em um abraço apertado enquanto a roubava um selinho.
— É o melhor filme — Afirmou enquanto suas mãos desciam até a cintura da jovem.
— Você que pensa.
— Eu e mais dezenas de pessoas.
Holly revirou os olhos, puxou seu namorado pra dentro de casa e fechou a porta.
— Que cheiro é esse? — Fez uma cara de desgosto.
— Bem... Sua mulher é uma cozinheira de mãos vazias — Passou as mãos no cabelo envergonhada.
— É só jogar fora a parte queimada — O loiro se aproximou do fogão e olhou dentro da panela — A situação tá pior do que eu pensava.
— Grosseria! — Exclamou dando um soco fraco em seu ombro. Pierre apenas riu.
— Deveria participar do Masterchef — Continuou a provocar.
O casal continuou a jogar conversa fora e a fazer palhaçadas. Depois de refazer a pipoca, se dirigiram até o sofá e ligaram a tevê, buscando algum canal que passasse algum bom filme de terror. Os favoritos de Holly eram os filmes antigos, em sua opinião, a estética antiga dava um ar mais melancólico e tenebrosa ao filme.
Ficaram agarrados durante todos os filmes reproduzidos. Mas depois de uma vasta seção, o tédio começou a se instalar, principalmente em Pierre, o imperativo. Começou a se remexer pra lá e pra cá no fofo sofá, coçava a nuca, mudava de posição a cada 7 segundos e constantemente perdia a atenção.
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A Farsa Do Além
Spiritual❝Eu preciso da sua ajuda!❞ Em uma noite de Halloween, Holly e seu namorado, Pierre, decidem tirar fotos no cemitério local. Para Pierre, a experiência não é tão assustadora quanto para Holly, pois ela possui um dom incomum: consegue ver os mortos. M...