capítulo 8 ✈️

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Yazumar acordou ainda com o sol nascendo, o quarto envolto em uma calmaria incomum. Ela se arrumou e desceu escondida da mãe. A ansiedade misturava-se à adrenalina enquanto arrumava suas malas do lado de fora da casa em silêncio, sem fazer barulho. Kerolaine já estava esperando no carro, empolgada como sempre.

- Vamos realizar esse sonho juntas! - exclamou Kerolaine, mal conseguindo conter a animação.

O voo para São Paulo correu tranquilamente, com as risadas e conversas distraídas de Kerolaine preenchendo o tempo. Enquanto Yazumar olhava pela janela, algo a puxava de volta para aquele mistério envolvendo os anéis. Ela sabia que essa viagem não era só pelo show; algo mais estava em jogo.

No meio do voo, Yazumar começou a sentir o cansaço e fechou os olhos. Poucos minutos depois, sua mente a conduziu a um sonho estranho. Ela se via dentro de uma vasta biblioteca, as paredes repletas de livros até onde sua visão alcançava. No meio desse ambiente solene, um homem alto e misterioso se encontrava à distância. Não era o mesmo homem que ela sonhava antes , disso ela tinha certeza, mas o desconhecido emanava uma energia que a intrigava.

Ela tentou se aproximar, e ele também. Suas mãos quase se tocavam quando, de repente, um fio vermelho apareceu do nada, puxando-os para lados opostos. Eles lutavam contra a força invisível, mas era impossível. A conexão entre eles se quebrou, e Yazumar sentiu seu corpo ser arrastado para longe.

Ela acordou com um sobressalto quando o avião já estava pousando em São Paulo. Kerolaine ao lado, radiante, nem percebeu o susto de Yazumar.

- Não acredito que estamos aqui! - disse Kerolaine, vibrando de emoção. - Vai ser incrível, zumar, você vai ver!

Yazumar, ainda abalada pelo sonho, olhou pela janela. Ela não conseguia esquecer o homem na biblioteca, o fio vermelho... e as palavras de Hyeongjin sobre sua mente estar pregando peças.

Yazumar pensou seriamente se Hyeongjin estava certo. Essa dúvida permaneceu no ar enquanto eles desembarcavam juntos. Saíram do aeroporto e foram direto chamar um carro em direção ao hotel onde estavam hospedadas. O caminho foi tranquilo, e logo chegaram à recepção para fazer o check-in.

Kerolaine: "Amiga, estou exausta. Mesmo que eu quisesse muito andar e conhecer a cidade, eu não sou de ferro. Preciso de um banho e um descanso." (Kerolaine sorriu meio desanimada, devido à noite mal dormida por conta da viagem e da ansiedade que falou mais alto.)

Yazumar: "Vamos descansar um pouco, não somos de ferro mesmo. Eu também não consegui descansar direito." (Yazumar sorriu, e ambas seguiram para seus quartos. No entanto, Yazumar estava intrigada com o sonho e decidiu pesquisar um pouco sobre o significado. Foi então que ela se surpreendeu com o que encontrou.)

> O Akai Ito, ou "Fio Vermelho do Destino", é uma lenda chinesa que se espalhou por toda a Ásia há mais de 2 mil anos. Segundo essa antiga crença, no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos daqueles que estão predestinados a se encontrar e se tornarem "almas gêmeas".

Yazumar pensou: Então, será que é por isso que me aproximei dele? Acho que estou ficando louca. Isso é só uma lenda, não pode ser real. Mas, e se for? Será que fomos puxados um para o outro? E se isso for verdade, significa que estou destinada a ele? E se não estiver? Posso escolher outra pessoa? Não, não, não... Não acho que somos destinados a alguém, e se a pessoa não quiser o mesmo? Será que dá para burlar isso?

Agora, Yazumar estava inquieta, andando de um lado para o outro, tentando entender mais sobre a lenda. Mas tudo o que encontrava era um site em coreano, o que só lhe causava dor de cabeça, pois muitas coisas ela não entendia. Nesse momento, o arrependimento bateu forte. Se eu tivesse prestado mais atenção nas aulas de coreano que fiz quando era adolescente com a Kerolaine... Agora, ela estava frustrada e estressada. Precisava saber mais.

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