Brigas

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20h00 pm

Cheguei em uma festa onde só havia pessoas famosas,avistei um cara e segui em sua direção,eu não sabia muito bem o que estava fazendo, só sabia que queria parar de pensar no Erick. Tentei me convencer de que me afastar dele era o certo, que eu não podia correr o risco de me apaixonar pelo meu melhor amigo. Só que não estava funcionando. Toda vez que via aquele sorriso bobo, ou o jeito que ele me olhava como se soubesse o que eu estava pensando, eu sentia meu estômago revirar.

Então, naquela festa, decidi que precisava de uma distração.

O cara era bonito, com um sorriso fácil e um papo agradável. Não era o tipo de cara que eu normalmente daria atenção, mas, naquela noite, eu estava disposta a fugir de mim mesma. A música estava alta, as luzes piscavam em cores vibrantes, e, de repente, estar ali, tão perto dele, parecia uma boa ideia.

Ele se aproximou mais, nossas conversas foram se tornando risadas fáceis, até que suas mãos tocaram minha cintura. Por um segundo, hesitei. Pensei em Erick, no que ele diria se me visse assim, mas logo afastei a ideia. Era exatamente isso que eu queria evitar: ficar pensando nele o tempo todo.

Quando o desconhecido me beijou, senti uma mistura de alívio e culpa. Não era ruim, mas não era o que eu esperava. Havia algo de mecânico naquele beijo, algo que não mexia comigo como imaginei que aconteceria. No entanto, continuei, tentando me convencer de que era exatamente disso que eu precisava.

Foi aí que, no canto dos meus olhos, eu o vi. Erick, parado do outro lado do salão, me observando com uma expressão que eu nunca tinha visto nele antes. Seus olhos estavam mais escuros, quase sombrios, e seu corpo tenso. Ele não disse nada, mas o olhar foi o suficiente para eu sentir o impacto.

Me afastei do cara, o beijo interrompido bruscamente. O desconhecido parecia confuso, talvez esperando uma explicação, mas eu nem consegui formar uma frase. Só continuei olhando para Erick, que agora virava as costas e desaparecia pela multidão.

Merda. O que eu estava fazendo?

Eu nem sabia por que me importava tanto com o que ele achava. Talvez fosse o ciúme em seu olhar, a tensão no ar, ou talvez eu já soubesse, lá no fundo, que tentar fugir de Erick era inútil. O que quer que fosse, aquilo me atingiu como um soco.

— Ei, tudo bem? — O desconhecido perguntou, a voz carregada de preocupação.

— Sim, eu só... preciso ir. — Respondi rapidamente, sentindo uma urgência repentina de sair dali.

Passei pela multidão, ainda zonza, procurando por Erick. Sabia que ele estava com ciúmes, e, de certa forma, eu queria ver isso. Queria entender o que aquilo significava.

Erick estava em um canto meio escuro, longe da bagunça e das luzes fortes da festa. Assim que o vi, senti um aperto no peito. Ele estava com o maxilar travado, de braços cruzados, como se estivesse tentando segurar algo. Eu sabia que ele tinha visto tudo, e, de repente, toda a coragem que eu achava que tinha desmoronou.

— Erick... — Chamei, mas minha voz saiu baixa demais para que ele ouvisse.

Tentei me aproximar, mas cada passo parecia mais pesado que o anterior. Ele finalmente me notou, e o olhar que lançou em minha direção foi gelado, completamente diferente do Erick que eu conhecia. Aquilo doeu mais do que eu esperava.

O despertar do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora