Me Namora

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Sua coluna doía, seus pés pareciam bolinhas inchadas e desconfortáveis. Jungkook resmungou, se sentando no tapete e jogando a cabeça para trás. Calçar meias estava sendo um desafio em seu estágio da gravidez.

Só queria seu marido.

Taehyung massagearia seus dedinhos e brincaria com a textura do esmalte na unha, depois revestiria seus pés com o tecido felpudo e lhe daria beijinhos. Beijinhos! Há quanto tempo o Kim estava sendo mesquinho com beijos? Sacudiu a cabeça, fazendo os cabelos ondulados balançarem no sofá. Jeon coçou o olho na tentativa de espantar o choro manhoso, mas seus olhos negros já estavam brilhantes e embassados.

Alisou a barriga redonda tentando se acalmar. Podia fazer de conta, como brincava com seus sobrinhos, que sua mão na verdade era a mão do alfa. Talvez desse certo, certo? Errado. Apesar de ronronar levemente com seu auto carinho, nada se comparava aos dedos calejados do seu marido. Taehyung possui o hábito de lhe acarinhar ali fazendo desenhos imaginários. O sorriso quadrado ficando cada vez maior quando a filhote chutava seu monte Everest invisível.

Queria muito mesmo as mãos de seu marido.

Contudo, Taehyung saía de casa antes do sol nascer e voltava quando a lua já se exibia no céu. Não estava reclamando, ou tendo paranóias. Na verdade, ele sabia bem o que o alfa fazia fora e sem descanso: trabalhava como um louco. Depois que descobriram que estavam grávidos, seus pais tiveram reações diferentes. A senhora Jeon, uma alfa rígida, não pensou duas vezes e pôs seu filho para fora. A mulher estava frustrada.

Por já ter planos de casamento para o único filho, a descoberta de que seu neto seria um Kim a deixava abalada. Entretanto, Jungkook não se importou menos. Estava radiante. Sua primeira reação foi fazer suas malas, ligar para o, na época, namorado  e dizer que estava indo ao cartório.

Taehyung apenas riu na chamada, pois estava prestes a ligar para dizer o mesmo.

Quando casaram, o senhor e a senhora Kim, muito orgulhosos, decidiram voltar para Daegu  e deixar a casa na capital para os dois. Então ali estava o Jeon-Kim, completamente manhoso e carente.  Oh céus, seria pedir muito o calor de seu marido naquele outono? Esfregar seu nariz na pele morena tão cheirosa e dar beijinhos. Sem mixarias, mas um exagero deles.

Sua barriga roncou, ou talvez a filhote tenha rosnado, de fome. Se levantou, deixando um muxoxo sair quando o peso de EunHa foi todo para sua lombar. Aquela menina não podia ser nada além de alfa. Ou uma omega mutante. JungKook torcia pela omega mutante. Adoraria se gabar de como sua preciosa Kim EunHa não era uma omega pequena e delicada.

Taehyung dizia ter certeza que era alfa. Assim como ele tinha certeza que era menino. Deixou um riso aparecer pelo pensamento, acariciando o ventre, passando a mão por baixo da calça moletom. Aquele era o lugar mais quente em seu corpo e volta e meia se pegava aquecendo os dedos ali. Seu alfa adorava tirar cochilos em seu colo cheirando aquela região, claro, quando ele não trabalhava como uma mula.

“Papai é desnaturado, filha”  Colocou água no fogão para ferver. Se não tinha o cheiro de camomila até as 20h, faria  seu próprio cheiro. “Ele acha que você vai usar fraldas até os dezesseis anos”

Parou no meio da cozinha, com as mãos na cintura, tentando lembrar onde estavam os biscoitos de chocolate. Coçou a cabeleira preta e suspirou. Guardava tudo tão bem guardado que se esquecia. “Você precisa ser alfa, Eunie, ou então eu adoto um cachorro”

Se seu marido já estivesse em casa já estaria com a comida na mão.

Por sinal, se lembrou de repente, precisava fazer o jantar. Tae não é do tipo idiota que exige, se tivesse um banquete ele comeria feliz, se não tivesse, ele comeria o que tinha.

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⏰ Última atualização: Oct 09 ⏰

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