Entre Mundos & Desejos

Capítulo 4: Neanderthal

  Caindo e caindo sem parar naquela toca de coelho, depois de alguns minutos ( que pareciam décadas), cai de cara no chão esparramada. O chão era um piso de ladrilho como se fosse de um jogo de xadrez.

  Quando levantou e olhou ao redor, percebeu que caiu dentro de uma toca de coelho e agora está numa sala. Era como uma sala subterrânea, não tinha janelas nem nada, apenas várias portas, e as paredes eram um azul acinzentado como se estivesse velha e mofada. Todas as portas de lá, eram pequenas do tamanho da polegarzinha que nem na história. O que era estranho.

  Anda em direção de cada porta pequena, se agachando para baixo uma por uma para tentar abrir as portas pequenas, mas todas estavam trancadas. Percebeu algo diferente entre todas aquelas portas, todas eram pequenas, tinham nove portas pequenas, e viu que entre uma delas tinha uma coberta por uma cortina.

  Se aproximando lentamente daquela cortina enorme, que ia até o chão arrastando, uma cortina velha empoeirada de uma cor vermelha como sangue. Assim que chegou perto, segura delicadamente aquela cortina, e puxa...no final revelando uma grande porta, uma porta que não é pequena. Tem dez portas nesta sala subterrânea, nove eram pequenas do tamanho de um anão de um jardim, e uma era gigante do tamanho de uma pessoa com dois metros de altura.

  Percebe que essa porta gigante era diferente das outras portas pequenas. Às portas pequenas eram normais, sem cor e sem vida com uma cor acinzentada. Mas essa porta gigante, era mais bonita, a cor da porta era de uma cor azul escuro, e ao redor dela até em cima é decorado com várias rosas vermelhas e espinhos nela, como uma porta mágica. Na madeira da porta, tinha vários símbolos, de fadas, flores e até de criaturas mágicas.

  Agora a pergunta é...porque essa porta gigante e fantasiosa é tão diferente das portas pequenas?.

                                                                                    ✴

  Olha para a fechadura da porta e fica encarando ela. Com a mão na maçaneta, gira ela para abrir, mas quando tenta abrir percebe que ela está trancada. 

 Cansada e frustrada, olha ao redor daquela sala subterrânea e tenta ver se encontra uma espécie de chave para essa porta gigante.

– Estranho...– Pensa alto achando tudo muito estranho, e acha que também está sonhando.

– É apenas um sonho bobo, um beliscão sempre resolve. – Responde pra si mesma e se belisca, o que não adiantou de nada.

 Na mesinha de centro, que tinha no centro daquela sala, vê uma chave. Era uma chave bonita de cor dourada e com alguns detalhes nela, detalhes que tem elementos de magia.

 Tentei abrir todas as portas pequenas, uma por uma, se abaixando uma por uma para abrir, mas parece que a chave não é de nenhuma dessas portas pequenas.

 Olha de leve para aquela porta gigante e depois para a chave.

  Se essa chave não abre nenhuma dessas portas pequenas...então a única opção, é que essa chave deve abrir essa porta gigante. – Pensa enquanto ficava olhando pro nada em direção a porta.

                                                                                           ✴

  Assim, de frente para a porta, segurando a chave com um aperto firme, as mãos tremendo levemente de nervosismo enquanto olha para a porta, com o coração acelerado... dizendo que deve entrar e nunca mais sair de lá. O que quer que esteja por trás dessa porta...é algo que vai ficar na memória para sempre.

  A chave, que já está colocada dentro da fechadura, faz um barulho de leve dentro daquela sala subterrânea, silenciosa, um pouco escura e com leve cheiro de mofo.

Click!

 Indecisa, duas vozes dizem algo na imaginação, como se fosse o anjo no ombro esquerdo, dizendo que não deve entrar e não sabe o que pode estar por trás dessa porta. Mas a voz do outro lado, o ombro direito, conhecido como o diabinho, que fala coisas pra gente fazer mesmo sabendo que é errado...dizendo que deveria entrar.

 Mas o principal...o coração...está dizendo para seguir a intuição, independentemente se a situação, como está agora, seja boa ou ruim.

  E então, com as emoções à flor da pele, suspira levemente para acalmar o coração. Assim que gira a chave na porta com apenas um giro...a porta se abre magicamente...em um portal.

  Então, aquela magnífica e atraente porta com detalhes mágicos...era apenas um portal, que estava disfarçado com magia para ser uma porta gigante. E a chave...era o acesso destrancar o portal.

  Um portal com cores brilhantes, vibrantes e atraentes...parecendo que saiu de um conto de fadas.

 Com isso...entra naquele portal.

                                                                                            ✴

  Uma floresta...sim...mas não uma floresta qualquer...uma floresta encantada.

 Era grande, com muitas árvores enormes, plantas diferentes e mágicas... várias criaturas diferentes e plantas falantes. Mesmo a floresta sendo escura, dando uma aura mais sinistra e sombria, continua sendo bonita a noite.

– Nossa...– Olha ao redor surpresa parada no mesmo canto. – É tão ah...– Suspira quase sem palavras com aquele lugar.

 Não tinha nem palavras e, muito menos a emoção de tentar expressar o que estava sentindo naquele momento.

 Ainda maravilhada com o lugar, não percebeu que tinha alguns machucados devido a queda na toca do coelho, de tanto em se esbarrar no ar com os objetos flutuantes e depois que caiu na sala subterrânea. Sem contar que a camisola branca de seda, com algumas manchas leves de terra, mofo e sangue, devido aos pequenos machucados.

 Tudo que é bom dura pouco, pois o momento de admirar aquele lugar mágico foi embora...e o que tomou conta foi a sensação de que está sendo observada, dentro daquela floresta.

 Distraída, procurando onde estava sendo observada...de longe, no canto mais escuro daquela floresta encantada, ver dois olhos vermelhos.

  Eram dois olhos vermelhos como sangue, profundos e penetrantes, capazes de desvendar todos os segredos e pecados na alma, como se estivesse me analisando. Mas também, é os olhos mais hipnotizantes que eu já vi, de uma cor única parecendo dois rubis brilhando na escuridão, a cor de quando é retirado o sangue no exame de e colocado em um tubo de amostra, me fazendo ficar paralisada por causa desses olhos.

  Quanto mais se afundava naqueles olhos carmesins, mas ficava presa neles. Eles tinham um olhar predatório...como se eu fosse uma presa para ser reivindicada.

 Parece que o anjo no meu ombro estava certo...não era pra eu entrar nesse portal.

 E agora estou presa.