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09:00

Já saiu de casa e ficou na dúvida se fechou o portão? Ou esqueceu alguma boca do fogão acessa?

Eu já.

Mas eu estava na dúvida se tinha esquecido meu guarda chuva,e eu esqueci.

Agora não posso me proteger das cinzas das quais estão vindo do meu prédio.

Meus pais gritam em agonia enquanto eu consigo ver eles sendo dilacerados pelo fogo sem controle. Eu não consigo me mover.

Hoje era meu aniversário. Acho que não iremos para sorveteira hoje.

O bolo com velas em púrpura roxas com o número "18",caem de meus braços enquanto vejo os heróis que causaram esse incêndio (intencionalmente ou não) saindo de fininho,como se tivessem quebrado um prato e estão escondendo-o de seus pais.

Depois de algum tempo,começa a chover,as lágrimas de meus olhos caem conforme a chuva se intensifica e o fogo cessa.

Em meio a chuva,entro em minha casa e encontro os ossos com pedaços de carne queimada grudado neles,uma visão grotesca. Meus pais eram vilões,mas não mereciam isso,não mereciam esse fim.

Eles eram bons,de certa forma,eles não queriam que eu seguisse o caminho da vilania,me treinaram para eu ser um heroi,me treinaram de forma rígida e talvez pesada de mais? Sim, mas eles queriam meu melhor.

Mas eu não consigo,não irei ser um heroi,outro da mesma raça dos que fizeram isso,nunca.

03:00

Depois de ter que passar por muita papelada para receber a herança de meus pais,e ter que passar por esse dia que parece ser o inferno em formato de tempo,estou fazendo meu trabalho como vigilante,trabalho que fazia parte do meu treino de heroi (o que não irá acontecer) mas isso pode me tirar do fato dos meus pais estarem mortos.

Minha roupa consiste em uma calça preta com dezenas de bolsos,aonde alojo minhas facas,bombas (sejam elas de gás ou não) e coisas que eu acho úteis como,isqueiro,álcool e pirulitos. Uma blusa negra de compressão com mangas longas,um cinto aonde eu guardo as facas que eu uso normalmente. Uma jaqueta de couro bem escuro com mangas longas junto ao acessório que eu uso para prender um taco de basebol de metal nas costas (gosto de lutar de forma espontânea) botas militar de cano longo e uma máscara negra de fibra que cobre metade do meu rosto. De acessórios a mais,eu tenho luvas de aprimoramento das quais aumentam a força de meu soco e um dispositivo inspirado em um filme antigo,homem aranha,um dispositivo que faz eu soltar um fluido,quase fibra,que consegue fazer eu me balançar por aí como se fosse uma aranha.

Eu preciso. Até por que,sou apeculiar,quirkless ou sem individualidade,o que preferir chamar.

Meu cabelo é vermelho bem escuro,quase marsala,cortados em um jellyfish longo,meu cabelo consegue chegar até a metade das minhas costas,então sempre que estou patrulhando,prendo ele em um rabo de cavalo. Gosto de usar ele para esconder a enorme cicatriz que corta meu rosto em um corte diagonal,que vai da minha sobrancelha esquerda até o fim da minha clavícula do lado direito fazendo meus olhos negros se tornarem sobrios. Apenas a mais visível das milhares de cicatrizes que tenho.

Mas hoje algo estranho acontece,avisto uma pequena moita de cabelos verdes escuros correndo enquanto chora.
Eu não gosto de ver ninguém chorando.

Desço o prédio e me aproximo do garoto,ele estava de costas para mim
– boa noite – ele solta um grito afinado e cai no chão – calma! Não irei fazer mal!

– m-mas você está vestido como um vilão! – ok,talvez não tenha sido a melhor das ideias.

– eu não sou um vilão,prometo de dedinho – estico meu dedo mindinho para ele que aceita receosamente,então eu sento ao seu lado – o que aconteceu para você estar chorando?

my problem♤Onde histórias criam vida. Descubra agora